Tunísia inicia governo democrático um ano após revoltas
Novo chefe do executivo, Hamadi Jebali apresentou a equipe de seu gabinete
O chefe do governo da Tunísia, Hamadi Jebali, apresentou nesta quinta-feira a lista dos membros que formarão o novo governo, que começará a funcionar assim que obtiver o voto de confiança da Assembleia Nacional Constituinte. A equipe será composta por 41 membros de primeiro escalão, 30 deles com categoria de ministro e onze como secretários de estado.
Divisão dos poderes – Os ministérios mais importantes serão ocupados por figuras históricas do partido islamita Ennahda, ao qual pertence Jebali. O partido terá os ministérios do Interior, Relações Exteriores e Justiça. As duas forças políticas associadas ao Ennahda, o Conselho pela República (CPR) e o partido Al Takatol, obtiveram, cada uma, quatro ministérios e várias secretárias de Estado. Já a formação de centro-esquerda Al Takatol terá cinco pastas. Na sexta-feira, a Assembleia votará a aprovação da equipe proposta pelo novo chefe do executivo do país.
A Tunísia inicia assim o governo quase um ano depois que o jovem Mohamad Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo em protesto pela crítica condição do país, o que deu origem a uma onda de protestos em todo o mundo árabe que até agora provocou a queda de quatro regimes, incluindo o do ex-presidente tunisiano, Zine El Abidine Ben Ali.
Promessas de governo – Antes de anunciar a composição de sua equipe, Jebali discursou sobre as prioridades de seu governo. O chefe do executivo anunciou que seu gabinete se concentrará em introduzir reformas para reforçar o mercado interno, avançar em setores estratégicos como agricultura e turismo e fortalecer o sistema financeiro, no qual os bancos islâmicos terão um maior protagonismo. Ele também prometeu lutar contra a corrupção e renovar a aparelhagem de segurança do estado, temida durante a ditadura.
Quanto à educação, afirmou que o objetivo é aumentar o nível de qualidade no ensino em geral e no universitário em particular. Jebali prometeu promover o setor de informações e a proteção dos direitos humanos e ressaltou a importância das relações com os países vizinhos, em particular com Líbia e Palestina, cuja “causa é a de todos os muçulmanos”.
(Com agência EFE)