Os dados atualizados de vítimas do tumulto em Meca no mês passado podem chegar a 1.757 peregrinos mortos e 554 ainda desaparecidos, de acordo com oficiais ouvidos pela agência de notícias Efe. A estimativa mais do que dobra o balanço oficial das autoridades da Arábia Saudita encarregadas da organização do Hajj, a peregrinação que milhões de muçulmanos fazem todos os anos até Meca, que anunciaram que 769 pessoas morreram e 934 ficaram feridas.
Esses dados oficiais ainda não foram atualizados pelos sauditas. No entanto, países que tinham cidadãos participando da peregrinação já reajustaram seus balanços parciais, à medida que foram identificados os corpos, o que permite a nova estimativa. Desta forma, o incidente de 2015 se transforma no pior ocorrido durante a peregrinação, já que o mais grave registrado até o momento tinha sido em 1990, quando 1.426 pessoas.
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Mesmo assim, o número de vítimas é provisório e pode aumentar à medida que cada o país descubra onde e como se encontram os desaparecidos, que em alguns casos são contatos às dezenas, como os nigerianos ou malineses. No caso do Mali, o número poderia ser superior ao anunciado oficialmente, pois as agências de viagem do país sustentam que o número de mortos chega a 140 e o de desaparecidos a 224.
O país que contabiliza o maior número de vítimas é o Irã, com mais de 450 mortos, o que levou Teerã a fazer duras críticas à rival Arábia Saudita. O guia religioso supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, considerou que “medidas inadequadas e uma má gestão” de Riad causaram a tragédia.
Conforme as primeiras investigações, a aglomeração de fiéis e o descumprimento das instruções causaram uma correria no cruzamento de duas ruas principais que levam à vizinha cidade de Mina, onde os peregrinos realizariam o ritual de “Apedrejamento do diabo”.
(Com EFE)