O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repetiu nesta quinta-feira, 30, ter motivos para acreditar que a pandemia de coronavírus se originou em um laboratório na China. O americano não apresentou nenhuma evidência para confirmar suas suspeitas.
Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, Trump inicialmente afirmou que há inúmeras teorias sobre como o Sars-Cov-2, coronavírus que causa a doença respiratória Covid-19, surgiu e completou que seu governo terá “a resposta para isso em um futuro não tão distante”. “(Essa resposta) determinará como eu me sinto em relação à China.”
Ao ser questionado se sabia algo sobre o Instituto de Virologia de Wuhan, na Chin, a ser a fonte desse vírus, o líder americano respondeu: “Sim, sei”. Trump já havia dito em outras ocasiões que um laboratório do governo chinês em Wuhan, cidade que registrou o primeiro caso da Covid-19, foi a origem da pandemia de coronavírus, em uma campanha para culpar a China. Ele completou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) “deveria ter vergonha de si mesma”, referindo-se a sua alegação de que a agência internacional de saúde teria encoberto o suposto projeto chinês.
O esforço de Trump para responsabilizar a China por uma pandemia que causou e quase 233.000 mortes no mundo até esta quinta-feira, entretanto, está ameaçado dentro de seu próprio governo. Autoridades disseram que a Casa Branca pressionou agências de espionagem americanas para procurarem evidências que apoiassem a teoria do presidente, reportou o jornal The New York Times. Analistas de inteligência temem que isso distorça as avaliações sobre a origem do vírus e que as informações possam ser usadas como arma política.
A maioria das agências de inteligência permanece cética em relação ao coronavírus ter sido confeccionado em laboratório. Nesta quinta-feira, o Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos disse que “concorda com o amplo consenso científico de que o vírus da Covid-19 não foi produzido pelo homem ou geneticamente modificado”.
A pandemia atinge 3,2 milhões de pessoas em todo o mundo. Os Estados Unidos são a nação mais afetada, com mais de 1 milhão de casos e 62.870 mortes, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins.