Em uma batalha por seus partidos em um estado crítico para as eleições de 6 de novembro, o republicano Donald Trump e o democrata Barack Obama, concentrarão seus esforços na Flórida nesta semana. Não haverá embate direto. Mas o estado será alvo de comícios desses dois inimigos políticos – as mais proeminentes figuras de seus partidos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estará na quarta-feira em Fort Myers, no sudoeste da Flórida. No próximo sábado, irá a Pensacola, no noroeste, para mais comícios. Seu antecessor é esperado nesta sexta-feira em Miami, de acordo com informações das campanhas republicana e democrata.
A apenas uma semana das eleições, pesquisa da Universidade da Flórida Nortista (UNF) divulgada nesta terça-feira mostra os dois candidatos ao
governo da Flórida em empate técnico. O prefeito democrata de Tallahassee, Andrew Gillum, tem 49% das intenções de voto, enquanto o republicano Ron DeSanctis, ex-combatente no Iraque, conta com 43%. A margem de erro é de 3 pontos, para mais e para menos. A pesquisa envolveu entrevistas com 1.176 eleitores entre os dias 23 e 26 de outubro.
Se eleito, Gillun será o primeiro afro-americano a governar a Flórida. Atualmente, o estado é governado pelo republicano Rick Scott.
Para o Senado, o governador Rick Scott e o democrata Bill Nelson também estão em empate técnico, segundo a média de recentes pesquisas calculada pelo site Real Clear Politics. Scott tem 44,6%, e Nelson, 46,6% das intenções de voto. Para a Câmara dos Deputados, os republicanos levam vantagem em quatro distritos, e os democratas, em dois. Três distritos estão indefinidos. Não há dados disponíveis sobre os 18 outros distritos.
Vencer na Flórida é sempre uma das tarefas mais difíceis para os dois partidos. Trata-se de um estado com expressiva populacão de origem latino-americana e que, na última década, deixou de ser claramente republicano para tornar-se mais um dos indefinidos, nos quais boa parte dos eleitores não tem compromisso fechado com nenhuma das legendas. Assim como no resto do país, o desafio dos líderes partidários e dos candidatos é fazer com que os eleitores afiliados votem. As eleições não são obrigatórias nos Estados Unidos e acontecem em dias normais de semana.
Além de convencer o eleitor a ir às urnas, outro desafio é conquistá-lo com propostas, promessas e compromissos com determinados valores e orientações.
A pesquisa da Universidade do Norte da Flórida mostrou também que 51% dos eleitores desaprovam a gestão de Trump, enquanto 45% a aprovam. Os que não souberam responder soman 4%.
“Quase 3 milhões de pessoas já votaram (na Flórida), e Gillum está claramente liderando a corrida pelo governo. A disputa entre Nelson e Scott está igualada, e os poucos eleitores indecisos que restam vão exercer um papel importante no resultado”, afirmou Michael Binder, diretor do Laboratório de Pesquisa de Opinião Pública da UNF.
Em 6 de novembro, os Estados Unidos serão palco das eleições de meio de mandato presidencial. Trata-se de um pleito tradicionalmente com caráter de referendo do presidente, com potencial de alterar o controle partidário no Congresso e de mudar parte dos governadores de estados. Nesta eleição, Trump se vê diante do risco de perder a confortável maioria republicana nas duas casas do Congresso.
Se isso acontecer, seu governo terá dificuldades enormes para ver seus projetos aprovados pelo Legislativo, e essa resistência poderá prejudicar seu já declarado objetivo de concorrer pela reeleição, em 2020. Para os democratas liderados por Obama, essa mudança significará ganhos inestimáveis para a disputa de 2020.
(Com EFE)