O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado que não está satisfeito com a explicação da Arábia Saudita sobre as circunstâncias da morte do jornalista saudita e crítico do governo de seu país Jamal Khashoggi. Ele era colaborador do jornal The Washington Post e estava exilado nos Estados Unidos desde 2017.
Khashoggi esteve desaparecido desde o dia 2 de outubro, quando entrou no consulado de seu país em Istambul, na Turquia, para buscar documentos para o seu casamento. Sua futura mulher ficou esperando do lado de fora, mas ele nunca mais foi visto.
Inicialmente, o governo saudita sustentou a versão de que o jornalista havia deixado o consulado no mesmo dia em que entrou. Nesta sexta-feira, porém, confirmou a sua morte dentro do consulado. De acordo com a nova versão divulgada, Khashoggi se desentendeu com algumas pessoas e morreu em confronto. Dezoito sauditas foram presos em decorrência das investigações, de acordo com o mesmo governo. O corpo não foi encontrado.
Questionado por jornalistas sobre se a explicação saudita o deixava satisfeito, Trump afirmou: “Não, não estou satisfeito até que nós encontremos a resposta. Mas (a nova versão) foi um grande primeiro passo, um bom primeiro passo. Mas eu quero chegar até a resposta.”
O governo saudita só divulgou a nova versão depois de muita pressão dos Estados Unidos, da França e da Alemanha. Serviços das agências de inteligências e do governo turco apontavam para o assassinato, com supostas gravações e áudios que indicariam que Khashoggi foi torturado e decapitado no consulado.
As suspeitas sobre o suposto mandante do crime recaem sobre o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, que já havia tentado censurar Khashoggi. Elee nega qualquer envolvimento. Trump disse a repórteres, neste sábado, ser possível que o príncipe não tivesse conhecimento da morte.
(Com a Reuters)