O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira, 8, que não descarta a possibilidade de bancar por conta própria sua campanha de reeleição, que, segundo reportagem do New York Times, passa por uma situação financeira crítica a cerca de dois meses das eleições, marcadas para 3 de novembro.
“Se precisarmos de mais, posso fazer isso pessoalmente. Coloquei muito dinheiro em 2016. Se precisar, vou fazer isso”, disse Trump em Maryland, antes de viajar para um evento de campanha na Flórida.
Trump injetou mais de 50 milhões de dólares (270 milhões de reais) na campanha de 2016 durante a fase das primárias republicanas, mas não destinou recursos do próprio bolso para as eleições gerais, nas quais ele venceu a candidata democrata, Hillary Clinton.
Questionado sobre quanto poderia gastar das economias pessoais, Trump foi enfático: “O que for necessário. Temos que ganhar, esta é a eleição mais importante da história do nosso país e temos um grupo de esquerda radical que está por aí”.
Citando membros do Partido Republicano, assessores e ex-assessores do presidente, o Times publicou na segunda-feira que a campanha de Trump pode sofrer uma escassez de recursos dois meses antes das eleições.
De acordo com jornal, de 1,1 bilhão de dólares (6 bilhões de reais) que a campanha de Trump e o Partido Republicano arrecadaram desde o fim de 2019 até julho desde ano, mais de 800 milhões (4,2 bilhões de reais) já foram gastos.
Trump chamou a imprensa de “falsa”, e afirmou que a campanha atual tem mais dinheiro do que há quatro anos.
Do início da corrida eleitoral em 2016 até 31 de dezembro daquele ano, quando Trump já estava eleito, o republicano conseguiu acumular cerca de 957 milhões de dólares (5,1 bilhões de reais) de verba eleitoral. A estimativa, calculada pelo Washington Post, considera não apenas a campanha de Trump, mas também o financiamento coletivo do Partido Republicano e as doações de comitês externos conhecidos como Super PACs.
Desperdícios de Parscale
O Times atribuiu os potenciais problemas financeiros aos “hábitos de desperdício” tanto na campanha do presidente como na Convenção Nacional Republicana, que teria custado centenas de milhares de dólares.
Dentre os principais culpados, segundo o jornal, está o ex-gestor de campanha Brad Parscale, demitido em julho após uma série de quedas nas pesquisas eleitorais.
Parscale foi responsável por gastar 11 milhões de dólares em cerca de um minuto de publicidade eleitoral no Super Bowl. O Times considerou esse gasto “questionável” tendo em vista que superou toda a verba destinada à publicidade televisiva direcionada a alguns dos principais swing states, como Ohio, cujos eleitorados serão decisivos em novembro.
Outros gastos da gestão Parscale criticados pelo jornal envolveram salários excessivos para consultores, banners aéreos e mais de 100.000 dólares (536.000 reais) no desenvolvimento de “sacolas magnéticas usadas para armazenar os celulares de convidados durante eventos de arrecadação de fundos, para que os doadores não pudessem gravar secretamente Trump, e vazar seus comentários”.
Segundo o Times, após a demissão de Parscale, o novo e atual gestor de campanha, Bill Stepien, impôs uma série de medidas mais austeras.
(Com EFE)