O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou neste domingo, 31, que o governo americano designará o grupo antifascista Antifa como uma organização terrorista. O anúncio via Twitter ocorre em meio a violentos protestos em todo o país contra a morte de George Floyd, homem negro que foi sufocado por um policial em Minneapolis na última segunda-feira, 25. A mensagem de Trump foi compartilhada pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
“Os Estados Unidos da América vão designar a Antifa como uma organização terrorista”, escreveu Trump. Ele ainda parabenizou a Guarda Nacional pelo trabalho realizado em Minneapolis. “Os anarquistas liderados pela Antifa, entre outros, foram controlados rapidamente. Isso deveria ter sido feito pelo prefeito na primeira noite e não teríamos tido problemas!” Um dia antes, o procurador-geral dos Estados, William Barr, afirmou que “grupos de radicais e agitadores externos estão explorando a situação (a morte de Floyd) para buscar sua agenda própria e separada”.
John Harrington, chefe do Departamento de Segurança Pública de Minnesota, disse em entrevista coletiva neste domingo que cerca de 20% dos registros de prisão de sábado eram de pessoas de fora do Estado, embora ele ainda não tivesse em mãos o total das detenções da noite de sábado. Não está claro quantos manifestantes, se há algum, participando de atos em todo o país são da Antifa.
Esta não é a primeira vez que Trump descreve a Antifa como um grupo terrorista. Outros políticos conservadores, como o senador do Texas Ted Cruz, fizeram declarações semelhantes.
Os Estados Unidos já registraram cinco noites de protestos à morte de George Floyd. Vídeos que viralizaram nas redes sociais mostraram o ex-segurança sendo imobilizado pelo policial Derek Chavin. Com os joelhos em seu pescoço, Floyd gritou “eu não consigo respirar” diversas vezes, antes de ser levado inconsciente por uma ambulância e de ser declarado morto ao chegar no hospital.
Manifestações no Brasil
Movimentos antifascistas, a maioria liderados por torcidas organizadas de futebol, como a Gaviões da Fiel, do Corinthians, e a Fla Antifa, do Flamengo, no Rio, protestaram contra o governo Bolsonaro neste domingo. Houve confronto com a polícia e também com apoiadores do presidente.
Em Brasília, o presidente, mais uma vez, participou de um ato a seu favor, sem máscara, e cumprimentou manifestantes com acenos e apertos de mão. Antes, sobrevoou o local de helicóptero do governo, como já havia feito no domingo anterior. Depois, pediu para montar um cavalo da Polícia Militar que fazia a segurança do evento e cavalgou por um trecho, ovacionado pelos manifestantes. Nas redes sociais, compartilhou a mensagem de Trump contra o movimento antifascista.
![Os manifestantes marcham na Avenida Hiawatha enquanto condenam a morte de George Floyd em Minneapolis, Minnesota Os manifestantes marcham na Avenida Hiawatha enquanto condenam a morte de George Floyd em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215368206.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante segura um cartaz com os dizeres de George Floyd durante a abordagem policial "Por favor, eu não consigo respirar. O joelho no meu pescoço. Eu não consigo respirar, policial. Eles vão me matar" Um manifestante segura um cartaz com os dizeres de George Floyd durante a abordagem policial "Por favor, eu não consigo respirar. O joelho no meu pescoço. Eu não consigo respirar, policial. Eles vão me matar"](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215377178.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante arremessa um pedaço de concreto no prédio da Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota Um manifestante arremessa um pedaço de concreto no prédio da Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215795665.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![A polícia vigia manifestantes durante o segundo dia de protestos pela morte de George Floyd, em Minneapolis. A polícia vigia manifestantes durante o segundo dia de protestos pela morte de George Floyd, em Minneapolis.](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215807944.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um retrato de George Floyd pendurado em um poste de luz de rua enquanto policiais vigiam a 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota Um retrato de George Floyd pendurado em um poste de luz de rua enquanto policiais vigiam a 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215796055.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante segura uma placa, mostrando uma imagem do vídeo da prisão de George Floyd, do lado de fora da Delegacia 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota Um manifestante segura uma placa, mostrando uma imagem do vídeo da prisão de George Floyd, do lado de fora da Delegacia 3ª Delegacia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215628243.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
![Um manifestante lança um pedaço de madeira em um incêndio na rua ao norte da 3ª Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota Um manifestante lança um pedaço de madeira em um incêndio na rua ao norte da 3ª Delegacia de Polícia em Minneapolis, Minnesota](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/05/gettyimages-1215795956.jpg?quality=90&strip=info&w=920&w=636)
(com agência Reuters)