Tesla faz recall de 2 milhões de carros por falha no piloto automático
Investigação da principal agência reguladora dos Estados Unidos vai obrigar montadora de Elon Musk a atualizar os veículos no país
A Tesla anunciou nesta quarta-feira, 13, que vai realizar um recall, ou chamamento, de mais de 2 milhões de seus carros nos Estados Unidos para atualizar o sistema de piloto automático, Autopilot, com novos recursos de segurança que evitem o uso indevido da tecnologia.
Uma investigação da Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Estradas (NHTSA, na sigla em inglês), que começou em agosto de 2021, descobriu que “o design exclusivo da Tesla de seu sistema Autopilot pode fornecer engajamento inadequado do motorista e controles de uso que podem levar a previsível uso indevido“.
Acidentes
A NHTSA, principal agência reguladora de veículos dos Estados Unidos, decidiu averiguar a inovação depois de mais de uma dúzia de acidentes envolvendo os carros da montadora de Elon Musk.
“É realmente importante que os sistemas de monitoramento do motorista levem em conta que os humanos confiam demais na tecnologia”, disse a administradora interina da NHTSA, Ann Carlson, à agência de notícias Reuters no início deste ano.
A Tesla não concordou com a análise, mas se comprometeu a implementar uma atualização no software do Autopilot. O sistema, segundo a montadora, passará a “incorporar controles e alertas adicionais àqueles já existentes nos veículos afetados para incentivar ainda mais o motorista a aderir à sua responsabilidade de direção”.
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A medida ocorrerá automaticamente, pela “nuvem”, sem a necessidade dos proprietários levarem seus carros até concessionárias ou oficinas. O recall se aplica aos modelos S, X, 3 e Y vendidos nos Estados Unidos desde que o recurso Autopilot foi lançado, em 2015.
Autopilot
A invenção da automobilística de Musk possibilita que os carros dirijam, acelerem e freiem automaticamente dentro de sua faixa, e a versão aprimorada permite a troca de faixas em uma rodovia. No entanto, ambos os sistemas não tornam os carros autônomos.
A NHTSA apontou que riscos de acidentes podem ser elevados em situações em que o motorista não mantém a responsabilidade pela operação do veículo, sem a capacidade de intervir quando ele é desativado. A agência abriu mais de trinta investigações sobre batidas de carros Tesla em que há suspeita do uso do sistema, que somam, até agora, ao menos 23 mortes.