O grupo extremista islâmico Al-Shabaab lançou um duplo ataque terrorista na Somália nesta segunda-feira, 4, que matou 12 pessoas. Os terroristas explodiram um carro-bomba na capital do país, Mogadishu, e assassinaram a tiros o gerente-sênior do Porto de Bossasso, Paul Anthony Formosa, na região semiautônoma de Puntland.
A explosão no distrito de Hamar Weyne, que concentra órgãos do governo municipal, matou 11 pessoas e feriu outras nove, segundo o capitão da Polícia, Mohamed Hussein. No atentado contra Formosa, três pessoas ficaram feridas, segundo a empresa administradora do porto, P&O Ports, sediada em Dubai.
Segundo o jornal The Guardian, a empresa fechou em 2017 um contrato de 336 milhões de dólares para prorrogar seus serviços de administração do porto. Houve reação negativa e protestos contra a presença da empresa estrangeira. Ao reconhecer sua autoria do crime, pela Radio Andalus, o Al-Shabaab acusou Formosa, cidadão de Malta, de viver ilegalmente na Somália.
O pescador Omar Yasin, de 43 anos, testemunhou o assassinato, às 6h desta segunda-feira, cometido por dois terroristas. “Um homem se aproximou dele (Formosa) e atirou cinco vezes. Eu vi Formosa sangrando gravemente e caindo no chão”, afirmou, segundo o Guardian. “Logo depois, houve troca de tiros com os seguranças. Um dos atacantes foi morto, mas o outro escapou.”
Filiado à Al-Qaeda, o Al-Shabaad foi responsável pela explosão de três carros bomba em novembro de 2018. O ataque, que se deu proximidades de um hotel reservado especialmente por visitantes e jornalistas estrangeiros, matou 52 pessoas e feriu mais de 100.
Segundo a rede de televisão CNN, o grupo terrorista tem as pretensões de criar um estado fundamentalista islâmico na Somália e de afastar potenciais investimentos estrangeiros no país. Desde 2006, tem concentrado seus ataques no país. Mas o mesmo grupo foi o autor de um atentado em Nairóbi, no Quênia, que matou pelo menos 21 pessoas em complexo hoteleiro e de negócios neste mês.
O Comando da África do Exército dos Estados Unidos tem combatido o Al-Shabaab, em especial os seus líderes, que buscam recursos para financiar suas atividades na cobrança de taxas e na extorsão. Os Estados Unidos lideraram 47 ataques contra o grupo no ano passado, que provocaram a morte de mais de 300 militantes, segundo o Guardian.