Em sua primeira viagem ao exterior em 24 anos, a líder da oposição birmanesa, Aung Suu Kyi, foi ovacionada nesta quarta-feira por centenas de trabalhadores, a grande maioria deles imigrantes de Mianmar, em um mercado na cidade de Samut Sakhon, no Golfo da Tailândia. Eleita deputada há menos de um mês e mantida pela Junta Militar em cativeiro durante mais de quinze anos, Suu Kyi desembarcou na Tailândia na última terça-feira.
A ex-prisioneira política foi recebida por uma calorosa multidão, que carregava fotos dela e de seu pai, o general Aung San, um herói na independência birmanesa. Suu Kyi discursou de uma sacada e prometeu lutar para melhorar as condições de trabalho dos birmaneses na Tailândia.
Durante sua visita, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz deve se reunir outras vezes com imigrantes de seu país na Tailândia, refugiados da pobreza e da repressão do regime militar em Mianmar. Cerca de 1 milhão de birmaneses trabalham na nação vizinha, principalmente em fábricas, plantações de seringueiras e no setor da pesca. As organizações humanitárias denunciam que muitos deles são vítimas das redes de tráfico humano e são explorados com situações precárias de trabalho em fábricas ilegais e navios de pesca.
Suu Kyi também visitará campos de refugiados na fronteira entre Tailândia e Mianmar. Na sexta-feira, a deputada participará do Fórum Econômico Mundial para a Ásia Oriental.
Abertura – Para este fórum também foi convidado o presidente birmanês, Thein Sein, considerado o artífice da reforma política à qual a comunidade internacional respondeu com a suspensão parcial das sanções que pesavam sobre o país. No entanto, o Ministério de Relações Exteriores tailandês indicou que o presidente birmanês tinha suspendido sua participação no fórum e adiado sua visita à Tailândia para o próximo dia 4 de junho.
Prêmio Nobel – A visita à vizinha Tailândia precede outra viagem que Suu Kyi planeja realizar a partir de meados de junho e que começará em Genebra (Suíça), com seu discurso na conferência da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Em seguida viajará para Oslo (Noruega) para pronunciar ali um discurso e aceitar formalmente o Prêmio Nobel da Paz que recebeu em 1991 por sua luta pacífica em favor da democracia.
(Com agência EFE)