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‘Sumiço’ de presidente da Tunísia aumenta rumores sobre sua saúde

Com o governo e o parlamento dissolvidos há quase dois anos, especialistas temem um vácuo de poder caso o líder tunisiano precise se afastar do cargo

Por Da Redação
5 abr 2023, 16h23
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  • Após duas semanas de ausência, o desaparecimento do presidente da Tunísia, Kais Saied, aumentou os rumores sobre o seu estado de saúde nesta quarta-feira, 5. Com o governo e o parlamento dissolvidos há quase dois anos, especialistas temem um vácuo de poder caso o líder tunisiano precise se afastar do cargo.

    Sem aparições públicas desde 22 de março, Saied publicou um vídeo na segunda-feira para tratar das crescentes desconfianças sobre a sua saúde, como suspeitas de um derrame.

    O presidente tunisiano, acompanhado da primeira-ministra, Najla Bouden, disse que os rumores tomaram proporções inimagináveis e que, com isso, a oposição estaria aproveitando a oportunidade para “criar crise após crise e derrubar as autoridades”.

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    Saied, no entanto, não apresentou explicações sobre o que motivou a sua “ausência temporária”. O sumiço do presidente, mesmo que comum em ditaduras, aumenta as preocupações sobre o destino do país com poder centralizador. Segundo a emissora americana CNN, esta é a primeira vez desde a Primavera Árabe, em 2011, que um chefe de Estado some de vista na Tunísia.

    No que foi considerada a única democracia originada daquele movimento democrático, a Tunísia deu sinal verde para as decisões autoritárias de Saied em julho do ano passado, com a aprovação de uma nova constituição. A carta consolidou o regime do líder tunisiano, que já chamou o parlamento de “uma instituição do absurdo”.

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    Ahmed Nejib Chebbi, chefe da Frente de Salvação Nacional (NSF), exigiu que a administração de Saied responda às preocupações da população com a sua saúde. Responsável pelo agrupamento de oposição, ele ressaltou que o acúmulo de poderes pode ocasionar maiores problemas sobre a linha sucessória do país, que está longe de convocar eleições populares e democráticas.

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    “Há uma lacuna constitucional e não vamos sentar e assistir enquanto esse vácuo é preenchido por uma das potências (estrangeiras)”, afirmou Chebbi.

    A falta de uma oposição organizada impede o enfrentamento das medidas impostas por Saied. Mergulhada em uma crise econômica e política, a Tunísia faz parte dos regimes autoritários do norte da África, assim como a Argélia.

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