Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Sul-coreanos viajam à Coreia do Norte para encontrar familiares

Nova série de reuniões de famílias divididas, a primeira em três anos, foi decidida após a distensão registrada na península desde o início do ano

Por AFP Atualizado em 20 ago 2018, 09h04 - Publicado em 20 ago 2018, 06h46

Dezenas de idosos sul-coreanos entraram nesta segunda-feira, 20, na Coreia do Norte para reunir-se com parentes pela primeira vez desde a península e suas famílias foram separadas pela Guerra da Coreia (1950-1953).

De segunda-feira a quarta-feira, os participantes passarão 11 horas com os familiares do Norte na localidade turística de Monte Kumgang, sob a supervisão de agentes norte-coreanos.

Esta nova série de reuniões de famílias divididas, a primeira em três anos, foi decidida após a distensão registrada na península desde o início do ano.

A Guerra da Coreia separou milhões de pessoas: irmãos, pais e filhos, maridos e mulheres.

O conflito acabou com um armistício, sem a assinatura de um tratado de paz, pelo qual Norte e Sul ainda estão tecnicamente em estado de guerra, e as comunicações civis estão proibidas.

Os 89 idosos sul-coreanos e seus companheiros de viagem deixaram a cidade portuária de Sokcho (nordeste da Coreia do Sul) em 14 carros. O comboio seguiu para a Zona Desmilitarizada, acompanhado por uma escolta policial e por vários médicos.

Continua após a publicidade

Entre os participantes está Lee Keum-seom, de 92 anos, que não vê o filho, agora com 71 anos, desde a guerra.

Durante a fuga, ela perdeu seu marido e seu filho de quatro anos. Partiu em uma balsa para o Sul com sua filha, que a acompanhará nesta segunda-feira.

“Não sei o que sinto, se é positivo, ou negativo”, disse Lee. “Não sei se é real, ou um sonho”, completou.

Continua após a publicidade

No Sul, ela voltou a se casar e criou sete crianças, mas nunca deixou de se preocupar com aquele filho. “Onde viveu? Com quem? Quem o educou? Tinha apenas quatro anos”, relembra.

Desde 2000, os dois países organizaram 20 séries de reuniões de famílias divididas, geralmente graças à melhoria das relações bilaterais. Mas o tempo está contado, devido à idade dos sobreviventes.

Um total de 130 mil sul-coreanos se apresentou como candidatos a essas reuniões, mas a grande maioria morreu, e muitos estão com mais de 80 anos, um deles, inclusive, com 101.

Continua após a publicidade

Frustração

No último momento, alguns cancelaram a viagem por motivos de saúde.

Lee Keum-seom é uma das poucas que verá um filho.

Alguns sul-coreanos escolhidos aleatoriamente para a reunião deste ao ano desistiram ao saber que seu pai, mãe, irmão, ou irmã do outro lado da fronteira havia falecido e conheceriam somente parentes distantes.

Continua após a publicidade

Lee Kwan-joo, de 93 anos, é uma exceção. Quer conhecer sobrinhos para ter ideia da vida que seus pais e seus seis irmãos levaram no Norte antes de morrerem. Em 1945, Lee foi enviada para uma escola no Sul, e a guerra selou a separação para sempre.

“Fico feliz de saber que poderei conhecer meu sobrinho e minha sobrinha, embora eu sequer tenha visto seus rostos”, declara. “Quero apenas perguntar como morreram meus irmãos, irmãs e pais”, acrescentou.

As pessoas que participaram das reuniões anteriores deste tipo lamentaram o pouco tempo e recordam que foi muito difícil se despedir após três dias.

Continua após a publicidade

Outras comprovaram com tristeza a enorme brecha ideológica que foi estabelecida entre as famílias após décadas de separação.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.