Vinte e dois manifestantes morreram nesta sexta-feira na Síria, após serem atingidos por disparos das forças de segurança, quando protestavam contra o regime de Bashar Assad, segundo o último balanço fornecido por militantes dos direitos humanos. Três civis morreram no bairro de Qabun, em Damasco, outros dois na localidade de Bosra al Harir, na província de Deraa, no sul, e mais seis pessoas foram assassinadas na cidade costeira de Latakia. As forças de segurança atiraram, ainda, contra uma grande manifestação em Maret al Numan, na província de Idlib, a 330 km ao norte de Damasco, deixando ao menos 11 mortos.
Os militantes pró-democracia convocaram um protesto para esta sexta-feira, depois da oração semanal. O Exército sírio, por sua vez, lançou em seguida uma operação no setor de Yisr al Shagur, no noroeste da Síria, cenário de atos de violência há vários dias, anunciou a TV estatal. “Unidades do Exército começaram sua missão para controlar os povoados vizinhos e deter os grupos armados”, anunciou a televisão, afirmando que a operação foi realizada a pedido dos habitantes.
Cerca de 2.800 moradores fugiram da região para a Turquia por medo de um ataque militar. Durante os últimos dias, foram registrados atos de violência no local, onde o Exército realiza operações desde sábado. Na segunda-feira, as autoridades sírias afirmaram que grupos armados mataram 120 policiais em Yisr al Shagur, mas os ativistas de direitos humanos desmentiram a versão. Os protestos contra o regime do presidente Bashar Assad começaram em 15 de março na região do sul da Síria e foram violentamente reprimidos.
Deserções – Ativistas em defesa dos direitos humanos postaram um vídeo no YouTube no qual um homem que seria o coronel Hussein Armoush diz ter desertado com vários soldados para se unir às fileiras dos rebeldes, que exigem liberdade e democracia. “Nós juramos nas Forças Armadas direcionar o fogo contra o inimigo, e não contra nosso povo indefeso. Nossa obrigação é proteger os cidadãos, e não matá-los”, disse ele no vídeo, cuja autenticidade não pode ser comprovada de imediato.
Rahman afirmou que moradores de Yisr al Shagur lhe contaram que o Exército ainda continua avançando na direção da cidade. “Eles podem ouvir o ruído dos disparos”, afirmou. Moradores dizem que pelo menos 15.000 soldados e cerca de 40 tanques e veículos de transporte de tropas foram deslocados para o local, e que a maior parte da população civil deixou a área.
(Com agências France-Presse e Reuters)