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Sob intensos bombardeios, Ghuta Oriental é evacuada

Mais de 1.000 pessoas, incluindo 237 combatentes, deixaram o setor rebelde de Harasta

Por Da redação
Atualizado em 23 mar 2018, 15h38 - Publicado em 22 mar 2018, 19h14
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  • Centenas de civis e de combatentes rebeldes começaram a deixar Ghuta Oriental nesta quinta-feira, após o lançamento da ofensiva do regime da Síria, determinado a recuperar o reduto insurgente nas proximidades de Damasco.

    A bordo de ônibus brancos, mais de 1.000 pessoas, incluindo 237 combatentes, deixaram o setor rebelde de Harasta, ao leste da capital, no fim desta manhã, segundo a televisão estatal síria. “Os ônibus estão estacionados na linha divisória” entre os territórios rebeldes e os do governo, segundo uma fonte militar, indicando que “eles devem ir para a província de Idleb” (noroeste), a última que ainda escapa inteiramente ao controle do regime.

    O número de pessoas a deixar Harasta nesta quinta deve aumentar para 2.000, incluindo 700 combatentes, de acordo com outra fonte militar. A operação de evacuação pode durar vários dias e o total de pessoas a sair do bolsão rebelde deve chegar a 1.500 combatentes e 6.000 membros de suas famílias, segundo a agência oficial de notícias síria Sana.

    O governo sírio e a Rússia, sua aliada, concluíram um acordo com o grupo rebelde islamita Ahrar al-Sham para evacuar Harasta, o menor e menos povoado dos três bolsões rebeldes que ainda resistem em Ghuta Oriental.

    Mas os ataques aéreos do regime e fogo de artilharia continuavam em outras localidades, matando vinte civis, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Já os rebeldes dispararam bombas e foguetes em Damasco, matando quatro pessoas, segundo a televisão estatal.

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    Em mais de um mês de bombardeios aéreos e combates terrestres, o regime do presidente Bashar Assad recuperou cerca de 80% do território desse enclave rebelde. Desde o início da ofensiva, em 18 de fevereiro, mais de 1.500 civis morreram, segundo o OSDH.

    “Harasta foi completamente destruída, a situação dos habitantes é dramática”, declarou o chefe do conselho rebelde local, Hossam al-Beirut. “Esta semana, metade das famílias não tinha nada para comer. As doenças estão causando estragos nos porões”, onde as pessoas vivem escondidas para escapar dos bombardeios do regime.

    Milhares de deslocados

    A evolução dos conflitos em Ghuta lembra o que aconteceu em outras fortalezas rebeldes recuperadas nos últimos anos pelo governo, inclusive na cidade de Aleppo, ao norte, no fim de 2016.

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    Ao fim de intensos bombardeios e de cercos asfixiantes, os insurgentes dessas localidades e os civis que os apoiavam foram colocados em ônibus, na direção de Idleb. A Anistia Internacional denunciou o deslocamento forçado de populações.

    Em Ghuta, a ofensiva do regime já levou a um total de 80.000 deslocados. Somente nesta quinta-feira, mais de 4.000 civis deixaram a grande cidade rebelde de Duma, segundo o OSDH.

    Esses civis não tiveram outra escolha a não ser ir para os locais controlados pelo governo, apesar do medo de retaliação.

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    Deflagrada em 2011 pela repressão sangrenta de manifestações pró-democracia, a guerra na Síria deixou mais de 350.000 mortos e forçou milhões de sírios ao exílio.

     

    (Com AFP)

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