Snowden convoca defensores de direitos humanos em Moscou
Delator americano prometeu falar com imprensa após encontro em aeroporto
Por
Da Redação
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12 jul 2013, 09h49
Edward Snowden, de 29 anos, identificou-se como responsável pelo vazamento de informações secretas da CIA (Ewen MacAskill/Reuters/VEJA)
O ex-técnico da CIA e delator americano Edward Snowden, acusado de espionagem pelos EUA, convocou uma reunião nesta sexta-feira com advogados e defensores dos direitos humanos no aeroporto de Sheremetyevo, onde passou as últimas três semanas na zona de trânsito. Após a reunião, que acontecerá às 17h (10h de Brasília), ele fará uma declaração à imprensa.
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Serguei Nikitin, da Anistia Internacional, confirmou o encontro. Ele disse que recebeu o convite por e-mail e que pretende comparecer à reunião. Advogados ligados à defesa dos direitos humanos na Rússia também confirmaram que receberam o convite. Snowden também chamou representantes da Anistia Internacional, Transparência Internacional, Human Rights Watch (HRW), do escritório da ONU em Moscou, entre outros.
Snowden, que é acusado por Washington de espionagem por ter revelado dados sobre programas secretos de vigilância dos Estados Unidos em todo o mundo e não é visto em público desde que deixou Hong Kong, em 23 de junho, fará uma declaração durante o encontro, provavelmente para denunciar a perseguição que afirma sofrer. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, declarou nesta sexta-feira que o caso Snowden não envolve a presidência russa.
Carta – O ex-técnico da CIA disse, em uma carta enviada à organização Human Rights Watch e postada no Facebook, que autoridades americanas têm promovido uma campanha para evitar que ele aceite ofertas de asilo. O americano recebeu propostas da Venezuela, Bolívia e Nicarágua.
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Na carta, Snowden disse que o objetivo da reunião desta sexta-feira com os grupos de direitos humanos é discutir seus “próximos passos”. Em um e-mail separado, Snowden confirmou à agência de notícias Reuters que o encontro seria fechado à imprensa. Ele afirmou que pretende falar com jornalistas depois.
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1. 5 de junho
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(Larry Downing/Reuters/VEJA/VEJA) O jornal britânico
The Guardian revela que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) teve acesso a
dados de telefonemas de milhões de usuários da Verizon, uma das maiores companhias telefônicas dos Estados Unidos.
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2. 6 de junho
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(Dan Kitwood / Getty Images/VEJA/VEJA) Os jornais
The Guardian e
Washington Post revelam que governo americano tem acesso direto aos servidores centrais de nove das
maiores empresas de internet americanas: Microsoft, Yahoo!, Google, Facebook, YouTube, Skype, Apple, AOL, PalTalk. A inteligência americana pode consultar áudios, vídeos, fotografias, conteúdos de e-mails, arquivos transferidos e conexões dos usuários.
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3. 7 de junho
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(Mike Blake/Reuters/VEJA/VEJA) Barack Obama defende interceptações telefônicas para combater o terrorismo e diz que governo não tem acesso ao conteúdo dos telefonemas. “Ninguém está ouvindo suas ligações”, afirma.
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4. 9 de junho
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(REUTERS/Ewen MacAskill/The Guardian/VEJA/VEJA) Em entrevista ao
Guardian,
Edward Snowden admite ter vazado as informações sobre os programas secretos e diz que está em Hong Kong desde meados de maio. Snowden foi técnico da CIA e, nos últimos meses, trabalhou como consultor da NSA em um escritório no Havaí.
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5. 21 de junho
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(Bobby Yip/Reuters/VEJA/VEJA)
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6. 23 de junho
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(EFE/VEJA/VEJA)
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7. 30 de junho
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(Philippe Huguen / AFP/VEJA/VEJA) A revista alemã
Der Spiegel afirma em reportagem que a NSA teve como alvo instalações da
União Europeia e também a Alemanha.
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8. 2 de julho
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(Patrick Domingo/AFP/VEJA/VEJA) Brasil diz que
não vai responder ao pedido de asilo apresentado por Snowden. O americano também apresentou solicitações a outros vinte países. O avião presidencial que levava o presidente da Bolívia,
Evo Morales, de Moscou para La Paz precisa desviar a rota na Europa. Autoridades bolivianas afirmam que países como Espanha, Itália, França e Portugal impediram a aeronave de entrar no espaço aéreo por acharem que Snowden estava a bordo.
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9. 5 de julho
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(Carlos Garcia Rawlins/Reuters/VEJA/VEJA)
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10. 6 de julho
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(Sebastião Moreira/EFE/VEJA/VEJA) O jornal
O Globo revela que os Estados Unidos espionaram e-mails e telefonemas de
brasileiros.
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11. 8 de julho
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(Ueslei Marcelino/Reuters/VEJA/VEJA) O governo brasileiro
pede explicações a Washington sobre espionagem. O embaixador americano no Brasil,
Thomas Shannon, nega que o governo americano tenha montado uma base de espionagem em Brasília.
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12. 19 de julho
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(Roberto Stuckert Filho/Divulgação/VEJA/VEJA) O vice-presidente dos EUA, Joe Biden,
telefona para a presidente Dilma Rousseff. Após lamentar a repercussão negativa dos casos envolvendo espionagem, Biden convida o governo brasileiro a enviar representantes para uma conversa sobre o tema em Washington.
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13. 31 de julho
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(Reprodução/The Guardian/VEJA/VEJA) O jornal
The Guardian revela informações sobre outro programa secreto de vigilância. Chamado
XKeyscore, programa permite aos analistas da NSA vasculharem, sem autorização prévia, bases de dados contendo e-mails, chats on-line e históricos de milhões de pessoas.
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14. 1º de agosto
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(APTN/AP/VEJA/VEJA) Depois de passar quase quarenta dias na zona de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, Edward Snowden recebe os documentos que lhe permitem
deixar o local. O asilo temporário concedido pelo governo russo terá validade de um ano.
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15. 21 de outubro
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(Bertrand Langlois/AFP/AFP/AFP) O jornal francês
Le Monde divulgou que a NSA
espionou 70,3 milhões de chamadas telefônicas feitas na França. Citando documentos fornecidos pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden, delator dos programas de espionagem dos EUA, os telefonemas foram monitorados entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013. Segundo o jornal, a NSA teve acesso às informações de números de telefones da França e gravou mensagens de texto dos aparelhos.
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16. 23 de outubro
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(Kirill Kudriavtsev/AFP/AFP/AFP) O governo alemão divulgou que obteve indícios de que serviços de inteligência dos EUA
grampearam o telefone celular da chanceler Angela Merkel. A suspeita levou a chefe de governo a ligar para o presidente Barack Obama e pedir esclarecimentos. Segundo a chancelaria alemã, Merkel deixou claro que, se a informação for confirmada, o caso vai representar uma grave quebra de confiança entre os dois países.
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17. 24 de outubro
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(John Thys/AFP/VEJA/VEJA) O jornal britânico
The Guardian revelou que os Estados Unidos
espionaram as conversas telefônicas de 35 líderes mundiais. Segundo os documentos vazados pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden ao jornal, a NSA incentivou funcionários da Casa Branca, Departamento de Estado e Pentágono a compartilhar números de telefones de políticos.
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18. 25 de outubro
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(Cristina Arias / Getty Images/VEJA/VEJA) Líderes europeus reunidos em Bruxelas afirmaram que a quebra de confiança entre aliados pode afetar a
luta contra o terrorismo. Em uma declaração oficial conjunta, os países-membros da União Europeia (UE) sublinharam que a “coleta de informações é um elemento vital na luta contra o terrorismo”. E prosseguiram: "A falta de confiança poderia prejudicar a necessária cooperação no campo da coleta de informações".
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19. 28 de outubro
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(Emilio Naranjo/EFE/VEJA/VEJA) A NSA espionou mais de
60 milhões de ligações telefônicas na Espanha entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, publicaram os espanhóis jornais
El País e
El Mundo. Os espanhóis citam documentos vazados pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden, refugiado na Rússia. Segundo a denúncia, a NSA teve acesso ao fluxo de chamadas, número de telefones conectados, o local onde se encontravam e a duração das chamadas.
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20. 1 de novembro
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(Francois Lenoir/Reuters/VEJA/VEJA) Os serviços de inteligência da Alemanha, França, Espanha e Suécia atuaram juntos com a agência de espionagem britânica Government Communications Headquarters (GCHQ) para coletar dados de internet e ligações telefônicas feitas na Europa nos últimos cinco anos. Segundo documentos vazados pelo ex-analista americano ao Guardian, a espionagem foi realizada por meio do relacionamento mantido entre as agências e as companhias de telecomunicação dos países. A
aliança entre os serviços secretos também fez com que ficasse mais fácil o acesso de outros países aos dados de internet.
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21. 5 de novembro
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(Cristiano Mariz/VEJA/VEJA) O governo brasileiro
investigou agentes secretos franceses por suspeita de que eles pudessem estar envolvidos em sabotagem na base de lançamento de satélites de Alcântara, no Maranhão, informou a
Folha de S. Paulo. Documento da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) obtido pelo jornal revela pelo menos três ações de contraespionagem contra agentes franceses e seus contatos brasileiros e estrangeiros.
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22. 9 de dezembro
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(Reprodução/VEJA/VEJA) Os serviços de inteligência dos EUA e da Grã-Bretanha não pouparam nem os mundos virtuais de suas ações de espionagem. Agentes infiltrados em
reinos e mundos virtuais, habitados por hordas de orcs elfos ou avatares humanos, “passaram anos” espionando mundos fictícios como o Second Life e o World of Warcraft, supostamente em busca de "terroristas".
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23. 16 de dezembro
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(Paul J. Richards/AFP/VEJA/VEJA) O juiz federal Richard Leon considerou que a interceptação de dados telefônicos realizada pela NSA provavelmente
viola a Constituição americana. Ele ordenou que a coleta de dados de duas pessoas que estão processando a agência de inteligência seja interrompida e seus registros, destruídos – mas a decisão ficará suspensa até que o governo recorra. Ao justificar a espera pela manifestação do governo, o juiz ressaltou a existência de “interesses de segurança nacional significativos em jogo” e a “novidade das questões constitucionais” envolvidas no caso. De qualquer forma, a decisão pode influenciar outros tribunais.
(Com agências France-Presse e Reuters)