Representantes dos países membros do G7 participam nesta segunda-feira de um encontro extraordinário para discutir a escalada da guerra na Síria e estratégias para pressionar a Rússia a retirar seu apoio ao ditador Bashar Assad. A discussão contará com os ministros das Relações Exteriores de Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, França, Alemanha, Japão e Itália, que sedia reunião na cidade de Lucca.
O encontro convocado pelo ministro italiano, Angelino Alfano, deve servir especialmente para que o secretário de Estado americano Rex Tillerson esclareça aos colegas a posição americana em relação à Rússia. O governo dos Estados Unidos, nas mãos de Donald Trump, se mostrou disposto a conversar com o país de Vladimir Putin nos últimos meses, porém, a “parceria” parece estar abalada pelo ataque químico na Síria, que deixou 89 mortos. Aliado de Assad, Putin é culpado por outras nações pela participação nas ofensivas contra rebeldes, ou negligência em conter o regime.
No fim de semana, Tillerson fez a afirmação mais rígida sobre a Rússia desde o início da administração Trump, ao dizer à emissora CBS que “quer tenha sido cúmplice, simplesmente incompetente ou enganada” pelos sírios, o país “falhou em seu comprometimento com a comunidade internacional”. O secretário comentou, porém, que não há mudanças em relação a postura americana na Síria, focada em acabar com o grupo terrorista Estado Islâmico (EI). Sua posição diverge da de Nikki Haley, embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), que disse que não haverá paz enquanto Assad seguir no poder – exatamente o oposto do que afirmou na semana anterior.
A reunião extraordinário do G7, que precede a cúpula oficial em maio, vai receber ainda representares da Turquia, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Jordânia e Catar, que servirão para fazer ainda pressão sobre o secretário americano. O encontro dos líderes mundiais é um momento chave especialmente por sua data, que precede a visita de Tillerson a Moscou, na terça-feira, onde se reunirá com seu equivalente russo, Sergey Lavrov – o primeiro contato ao vivo de um alto oficial do governo Trump com a Rússia.
Ao contrário de Tillerson, Boris Johnson, ministro inglês, cancelou uma visita a Moscou e disse que sua prioridade é continuar em contato com “os Estados Unidos e os outros”. Segundo ele, a Rússia deve trabalhar com a comunidade internacional para evitar que o trágico ataque se repita e, por isso, o secretário americano deve “entregar essa mensagem clara e coordenada aos russos”.