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Síria impõe condições para cumprir plano de paz, rebeldes rejeitam

País quer que Kofi Annan, negociador da ONU, apresente ‘garantias por escrito’ de que os grupos rebeldes vão interromper operações e entregar as armas

Por Da Redação
8 abr 2012, 14h07

Estas ações “violam o que foi acordado comigo”, esclareceu Annan, que considerou “inaceitável” esta ascensão da violência

A Síria impôs neste domingo uma série de condições ao cumprimento do plano de paz do mediador internacional Kofi Annan, ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que deveria ser aplicado antes de 10 de abril, e exigiu que os grupos armados dos rebeldes cessem a violência antes de Damasco retirar as tropas presentes nas ruas.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores sírio considerou que Annan, enviado especial para a Síria da ONU e a Liga Árabe, ainda não apresentou ‘garantias por escrito’ de que os grupos rebeldes atuantes no país interromperam suas operações e entregaram as armas.

Esta nova condição foi rejeitada pelo rebelde Exército Livre Sírio (ELS), que exigiu que primeiro o regime de Bashar Assad apresente um aval da comunidade internacional assegurando o cumprimento do compromisso de frear as hostilidades.

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“Se o regime quer comprometer-se com o cessar-fogo e a libertação dos detidos, que apresente garantias dos países-membros do Conselho de Segurança (da ONU) que vai fazê-lo, e depois apresentaremos as nossas também”, ressaltou em declarações à agência EFE o ‘número dois’ do ELS, Malek Kourdi.

Além da condição referida à oposição armada, o regime sírio solicitou que o Catar, Arábia Saudita e a Turquia se comprometam por escrito a deixar de financiar estes grupos, dois dias antes de vencer o prazo de 10 de abril.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram mais de 9.400 pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.

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Com relação a este ultimato, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores sírio, Jihad Maqdessi, afirmou que as declarações do enviado especial foram interpretadas de maneira equivocada quando nesta semana assegurou perante o Conselho de Segurança da ONU que a Síria havia aceitado uma data limite para aplicar seu plano de mediação.

Por este acordo, a Síria tinha até o dia 10 de abril para adotar a iniciativa de Annan, que prevê entre outros pontos o fim da violência e a retirada das tropas das cidades e de seus arredores, e até o dia 12 colocar fim as hostilidades.

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Com as reservas deste domingo, o regime sírio condicionou seu compromisso ao plano de paz, ao mesmo tempo em que lembrou o fracasso da missão anterior de observadores da Liga Árabe, que não permaneceu o tempo previsto no país pelo aumento da violência.

Maqdessi destacou que a Síria “não repetirá o que aconteceu” então, quando disse ter retirado as Forças Armadas das cidades em um gesto que foi supostamente aproveitado pelos ‘grupos terroristas’ para reorganizarem-se e atentar contra a população civil.

Com respeito a isso, o subcomandante-em-chefe do exército rebelde garantiu que seus homens se comprometeram com a iniciativa da Liga Árabe e colocou fim à violência, enquanto o regime infringiu esses acordos.

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Repressão – Apesar das esperanças depositadas no plano de Annan, a repressão do regime prosseguiu neste domingo no país, onde, segundo os opositores Comitês de Coordenação Local, morreram ao menos 37 pessoas, que se somam às mais de 150 óbitos dos últimos dois dias.

A maior parte das vítimas ocorreu na província central de Hama, com 11 mortos nos bombardeios, cinco da mesma família.

Reação da ONU – A partir de Genebra, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria demonstrou neste domingo sua consternação pelo aumento da repressão nesse país e pediu ao regime de Assad que cumpra com os compromissos assumidos.

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Estas ações “violam o que foi acordado comigo”, esclareceu Annan, que considerou “inaceitável” esta ascensão da violência a poucos dias de expirar o prazo dado às partes em conflito.

O ex-secretário-geral da ONU solicitou aos países com alguma influência sobre os dois lados que a usem para acabar com o derramamento de sangue e iniciar o diálogo.

No país está atualmente uma equipe de observadores das Nações Unidas para estudar com as autoridades o futuro desdobramento de uma missão militar de supervisão e o acompanhamento do plano de paz.

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Pelos dados da ONU, desde o início dos protestos na Síria em meados de março de 2011, mais de 9 000 pessoas morreram, enquanto mais de 200 000 se deslocaram para outras regiões dentro do país e 30 000 buscaram refúgio no exterior.

(Com agência EFE)

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