Damasco/Cairo, 1 mar (EFE).- O regime sírio anunciou nesta quinta-feira que recuperou o ‘controle total’ do bairro de Baba Amr, em Homs, e ‘limpou a região dos grupos armados’, enquanto o Exército rebelde alegou ‘uma retirada tática’.
Baba Amr é assediado e bombardeado há um mês pelas forças do presidente sírio, Bashar al Assad, que na quarta-feira empreenderam uma grande invasão terrestre para eliminar os últimos focos de resistência e tiveram intensos combates com os desertores.
Uma fonte de segurança, que pediu anonimato, informou à Agência Efe em Damasco que ‘os soldados revisaram cada rua, túnel e casa, buscando armas e homens armados’, que o regime acusa de estarem por trás da revolta, que começou há mais de 11 meses.
‘Ainda resta um pouco de trabalho a fazer, mas posso afirmar que Homs voltou a ser território seguro’, disse a fonte.
No entanto, o Exército Livre Sírio (ELS) – composto em sua maioria por desertores – disse que iniciou uma ‘retirada tática’ de suas posições em Baba Amr.
O subcomandante-chefe do ELS, coronel Malik Kurdi, que se encontra na Turquia, disse à Agência Efe que seus combatentes se retiraram após uma forte resistência para repelir a entrada no bairro das tropas leais a Assad.
Kurdi explicou que a campanha do Exército sírio foi apoiada por intensos bombardeios e a participação de cerca de 7 mil soldados que chegaram nesta quinta-feira a Homs.
Segundo os opositores Comitês de Coordenação Local (CCL), pelo menos 17 pessoas morreram neste dia de ofensiva em Baba Amro, entre elas seis membros de uma mesma família.
Continuam presos na cidade os jornalistas franceses William Daniel e Edith Bouvier, ferida gravemente em uma perna em um ataque com artilharia contra um centro de imprensa improvisado em Baba Amr.
Nenhuma destas informações pôde ser confirmada ou verificada de forma independente pelas restrições impostas pelas autoridades aos jornalistas para trabalhar no país.
A Organização das Nações Unidas anunciou na terça-feira que o número de vítimas da repressão na Síria desde que começaram os protestos contra Assad há mais de 11 meses supera amplamente os 7.500 mortos, mas reconheceu que não pode oferecer um número exato de mortos. EFE