Síria debocha de prazo para cessar-fogo
Cem pessoas morreram nesta segunda; conflito chegou a Líbano e Turquia
A poucas horas do prazo para o início da retirada das tropas das ruas do país, as ações do exército sírio continuam fazendo vítimas e chegaram a atravessar as fronteiras da nação nesta segunda-feira. Em um único dia, cerca de 100 pessoas foram mortas no conflito.
Na semana passada, o governo de Bashar Assad havia concordado com proposta da ONU para o cessar-fogo a partir da manhã desta terça-feira. No último domingo, porém, o ditador recuou. Ele afirmou que só recolheria seus soldados caso os insurgentes se comprometessem, por escrito, a também abandonar o conflito. A exigência foi considerada inviável pela comunidade internacional.
Nesta segunda, a situação tomou proporções maiores após um campo de refugiados sírios na Turquia ser alvejado pelas forças de Assad. Em outra extremidade do país, na divisa com o Líbano, um cinegrafista foi morto durante um tiroteio. De acordo com a emissora Al-Jadeed, para a qual o profissional trabalhava, ele já estaria no país vizinho quando foi baleado.
Segundo o jornal Washington Post, os ataques nos países vizinhos podem levar a conflitos maiores envolvendo as três nações.
Apelo – Frente a um improvável cumprimento do acordo, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, fez nesta segunda-feira mais um apelo para que o governo sírio interrompa os ataques a civis.
Na semana passada, o emissário especial da ONU e da Liga Árabe ao país, Kofi Annan, havia proposto a retirada das forças armadas das cidades sírias – a operação, que deveria ter início na terça, chegaria ao fim às 5h GMT (2 horas de Brasília) de quinta-feira.
Apesar dos esforços dos órgãos internacionais, só nesta segunda-feira, ao menos 84 civis e 19 militares foram mortos.