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Sexo, droga e reggae: playboys bolivarianos farreiam em ilha paradisíaca

Polícia prende 18 pessoas por violação da quarentena, mas nenhum dos filhos de autoridades do regime que protagonizaram a folia

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 9 abr 2020, 15h06 - Publicado em 9 abr 2020, 14h20
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  • Um grupo de bem-nascidos da elite bolivariana da Venezuela recebeu resultado positivo a seus testes de coronavírus depois de passar uma semana de farra, bebedeiras, drogas e reggae na companhia de prostitutas trazidas da Espanha em um dos endereços paradisíacos do país, o arquipélago de Los Roques, no Caribe. A festança ocorreu em março, mas ainda hoje seus detalhes repercutem como escandalosos por Caracas. O próprio presidente Nicolás Maduro chegou a referir-se à pândega.

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    “Houve uma festa em uma ilha e praticamente todos os participantes tiveram resultado positivo para a Covid-19”, afirmou Maduro em 20 de março. Três dias depois, segundo a agência de notícias Associated Press, quando imagens e posts com a hashtag coronavírusparty no Instagram mostraram os protagonistas da farra, o tom do ditador baixou. “Por que criticar uma festa? Eles não sabiam que estavam doentes.”

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    Entre os nababos presentes em Los Roques estava Jesús Amoroso, filho do presidente do Conselho Moral Republicano e controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, autoridade que está sob sanções dos Estados Unidos desde 2017. Ele impediu a posse de um dos governadores eleitos em 2015 e é um dos leais colaboradores de Maduro. Jesús Amoroso protagonizou uma das cenas mais compartilhadas nas redes sociais, que o mostra com os cantores de reggae portoriquenhos Zion e Justin Quiles em passeios em uma lancha de alta velocidade. Zion e Quiles, assim como as prostitutas, foram convidados para a farra.

    As festas em Los Roques nestes tempos de epidemia de coronavírus têm sido organizadas por empresários próximos ao governo de Maduro, segundo a Associated Press. Nesses eventos, testemunhas dizem que há consumo de drogas psicodélicas, como a 2C-B, conhecida como “cocaína rosa” e a atual favorita das altas rodas por seu alto preço. As viagens ao arquipélago se dão em aviões privados.

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    A polícia prendeu dezoito pessoas que estiveram na festança por violação da medida que proíbe reuniões, adotada pelo regime como meio de evitar a contaminação pelo coronavírus. Jesús Amoroso não está entre os presos. Uma suposta cafetina presente em Los Roques foi detida em Caracas logo após deixar uma outra festa exclusiva. Outras oito prostitutas foram presas, e materiais foram confiscados no arquipélago: um revólver e comprimidos de ecstasy, de acordo com a polícia. Dos presos, dois testaram positivo para o coronavírus. Não há indicações de prisão também dos principais organizadores e convivas.

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    A pândega dos playboys bolivarianos, chamados na Venezuela de “bolichicos”, escandalizou não tanto pelo aspecto moral, mas pelo fato de se dar em um momento de agravamento das já tenebrosas crises econômica, humanitária e de saúde pública no país sob o comando de um regime autoritário. Até esta quinta-feira, 9, a Venezuela registra 167 casos de contaminação e nove mortes. Os números, porém, não são considerados confiáveis.

    O governo de Maduro chegou a pedir ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) para melhorar a estrutura do sistema de saúde neste momento. Mas o auxílio foi negado. A ajuda tem vindo da Rússia, da Organização Panamericana de Saúde (Opas) e da Unicef. O presidente venezuelano impôs quarentena no país, determinou a todas as pessoas com sintomas de contaminação que procurem os hospitais e tem acatado a orientação da Organizacão Mundial de Saúde (OMS) de priorizar o isolamento social.

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    Desde 2013, quando Nicolás Maduro assumiu a presidência do país, a economia da Venezuela contraiu 65% em função da queda da produção petroleira, da hiperinflação, do colapso dos serviços públicos e da ruína do poder de compra de seus cidadãos, segundo o FMI. Mais de 6 milhões de venezuelanos — 20% da população — deixaram o país em busca de refúgio no exterior. Apoiado pelos militares, o regime de Maduro não dá sinais de ceder, nem mesmo diante das múltiplas sanções aplicadas pelos Estados Unidos, sobretudo às exportações de petróleo, ou da pressão internacional em favor da redemocratização.

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