Senado italiano apresenta duas propostas de CPI da pandemia
Ambas são de autoria de partidos que fazem parte da coalizão do primeiro-ministro Mario Draghi
Com mais de 120 mil mortes e quase 4 milhões de casos de Covid-19 confirmados, a Itália também pode ganhar uma CPI para investigar a gestão da crise sanitária pelo seu governo. No Brasil, que soma 14,4 milhões de casos e soma 395 mil mortes, o Senado instalou a CPI da Pandemia na terça-feira.
Segundo a agência de notícias Ansa, duas propostas foram apresentadas no Senado italiano nesta quarta-feira, 28, ambas de autoria de partidos que fazem parte da coalizão do primeiro-ministro Mario Draghi, no poder desde fevereiro. A primeira foi protocolada pela sigla de centro Itália Viva (IV), do ex-primeiro-ministro Matteo Renzi. Já a segunda foi apresentada por partidos do campo conservador, como a ultranacionalista Liga, de Matteo Salvini, e o moderado Força Itália (FI), de Silvio Berlusconi.
O Ministério Público de Bergamo, uma das províncias mais afetadas pela Covid-19 na Itália, havia instaurado um inquérito para determinar por que o plano do governo de combate a pandemias não era atualizado desde 2006 e se isso prejudicou a resposta inicial do país ao novo coronavírus.
O objetivo dos partidos conservadores também é compensar a decisão de não apoiar três moções de desconfiança contra o ministro da Saúde, Roberto Speranza, que pertence ao partido de esquerda Artigo Primeiro e que ocupa o cargo desde setembro de 2019. Tanto a Liga quanto o Força Itália sempre criticaram Speranza, mas decidiram votar contra as moções para não abrir uma crise na coalizão que sustenta o governo Draghi.
Na Itália, as comissões parlamentares de inquérito são instituídas como projetos de lei ou a partir de resoluções aprovadas pela maioria do plenário.