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Sem teto depois do ciclone

Milhares de moradores de Beira, em Moçambique, aguardam socorro em locais só acessíveis por helicóptero, há dias sem comida nem água potável

Por Lizia Bydlowski
Atualizado em 30 jul 2020, 19h52 - Publicado em 22 mar 2019, 07h00

Quarta maior cidade de Moçambique, com 500 000 habitantes, Beira, às margens do Oceano Índico, é hoje uma localidade devastada, “90% destruída”, segundo balanço da Cruz Vermelha. Foi em suas praias que o ciclone Idai se abateu sobre a África, com chuvas torrenciais e ventos de 180 quilômetros por hora, na noite da quinta-feira 14, e de lá seguiu para o interior, arrasando tudo na sua passagem. Estradas desapareceram. Pontes caíram. Represas desmoronaram. Quando o dia rompeu, cerca de 50 quilômetros de terras inundadas faziam a região de Beira parecer um prosseguimento do mar. A população passou os dias seguintes fugindo das áreas alagadas, carregando o que conseguisse salvar do desastre. Milhares aguardam socorro em locais só acessíveis por helicóptero, há dias sem comida nem água potável. A contagem oficial, cinco dias depois da passagem do Idai, era de 202 mortos, mas o presidente Filipe Nyusi sobrevoou a área e advertiu que podem ser mais de 1 000 as vítimas do pior desastre natural do continente nos últimos vinte anos. Calcula-se que 1,7 milhão de moçambicanos vivam na rota do ciclone. Os vizinhos Zimbábue e Malaui também foram atingidos. O escritor Mia Couto, que nasceu em Beira e está escrevendo um livro sobre recordações dos tempos de criança, se disse “quase tão destruído” quanto a cidade. “Estava determinado a ir para Beira para mergulhar no espírito do lugar, e agora, segundo me dizem, quase não há lugar. É como se me tivessem arrancado parte da infância”, lamentou.

Publicado em VEJA de 27 de março de 2019, edição nº 2627

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