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Sem apresentar provas, Trump reforça teoria de fraude eleitoral

'Se você contar os votos legais, venci facilmente. Se contar os votos ilegais, eles me roubaram', disse

Por Da Redação Atualizado em 5 nov 2020, 21h51 - Publicado em 5 nov 2020, 21h06

Em pronunciamento na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira, 5, que seria o vencedor da eleição presidencial se a apuração contasse apenas os “votos legais”. Sem apresentar provas, ele afirmou que os democratas tentam “roubar a eleição”.

“Se você contar os votos legais, venci facilmente. Se contar os votos ilegais, eles me roubaram”, disse.

O presidente citou o fato de ter saído na frente na apuração em vários estados, como Pensilvânia e Geórgia, ainda sem um vencedor claro, e ter visto em seguida sua vantagem cair, conforme os votos enviados pelos correios começaram a ser contados.

Algumas emissores americanas, incluindo as proeminentes ABC, CBS e MSNBC, interromperam a transmissão presidencial por considerá-la mentirosa.

“Estamos aqui novamente, na posição incomum de não só interromper o presidente dos Estados Unidos, mas de corrigir o presidente dos Estados Unidos”, disse Brian Williams, da rede MSNBC, durante transmissão ao vivo.

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Devido à pandemia, o número de pessoas que votou pelo correio nos Estados Unidos aumentou muito em relação aos últimos pleitos. Em uma pesquisa feita em julho, quase dois terços dos entrevistados disseram que usariam a modalidade neste ano, maior que a proporção de um em cada quatro eleitores nas últimas duas eleições federais.

Neste momento, a situação de Trump é crítica. Com 214 delegados no Colégio Eleitoral, ele precisa de mais 56 para continuar na presidência. Isso significa que precisa levar ao menos quatro dos cinco estados que ainda estão em jogo.

Para alcançar os 270 delegados necessários, Trump tem de levar Pensilvânia, Geórgia, Carolina do Norte e Nevada. Se perder qualquer um deles, o democrata Joe Biden alcança os 270 votos e está eleito. No momento, o democrata lidera a contagem em Nevada. 

O pronunciamento aconteceu poucas horas após um discurso do candidato democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden, no qual pediu calma e paciência a apoiadores, garantindo que cada voto será contabilizado”.

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A fala do democrata foi encarada como uma resposta às últimas manifestações do presidente Donald Trump nas redes sociais. Mais cedo nesta quinta, o republicano também havia citado fraudes no pleito, novamente sem apresentar provas.

No Twitter, Trump publicou uma ordem: “PAREM A CONTAGEM”, com letras maiúsculas. Outra postagem, que a rede social também taxou de “enganosa”, o presidente alegou que “todos os votos que vierem após o dia da eleição não serão contados”.

Na manhã desta quinta, Trump também anunciou que iria contestar a vitória de Biden em todos os estados disputados. Já há ações legais no Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Nevada por suposta “fraude”.

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Esses estados de batalha, assim como o Arizona e a Carolina do Norte, tornam-se ainda mais vitais conforme Biden se aproxima dos 270 votos do Colégio Eleitoral necessários para garantir a presidência. Mais cedo, Trump havia defendido que a contagem dos votos fosse interrompida, depois do democrata defender que todos os “todos os votos contam”.

Nesse momento, são cerca e 400 ações correndo nos Estados Unidos. Segundo a emissora CNN, as chances das acusações de Trump serem sustentadas são muito pequenas, já que não há evidência de fraude até agora e a maioria dos casos envolve estado onde a diferença entre o número de votos do republicano e do democrata é tão mínima que ainda não é possível identificar um vitorioso.

O conselheiro de Biden, Bob Bauer, disse que os processos de Trump são “ações desesperadas dos republicanos”, que, segundo ele, já sabem que perderam o pleito.

Na Pensilvânia, a principal questão são os votos “atrasados” por correio – aqueles que chegaram após o dia da eleição, na terça-feira, 3. A Suprema Corte já havia decidido que cédulas enviadas pelo Serviço Postal até o dia 3 poderiam aceitas, mas deixou em aberto até quando. Trump, então, contesta a validade desses votos contabilizados após a eleição, mas emitidos até a data correta – que devem ser predominantemente democratas, já que 78% das cédulas enviadas pelo correio favoreceram Biden no estado.

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No Michigan, onde Biden foi declarado vitorioso, a campanha do republicano pediu uma parada total da contagem dos votos, até que pudesse obter “acesso significativo” para supervisionar o processamento das cédulas (principalmente aquelas enviadas pelo correio). Contudo, uma juíza do estado, Cynthia Stephens, rejeitou a ação legal emitida por Trump.

A campanha de Trump e o Partido Republicano de Nevada planejam entrar com um processo dizendo que até 10.000 pessoas que não moram mais no estado votaram em Nevada. É a terceira vez que os republicanos usam o argumento na região, onde Biden tem vantagem de 0,9 pontos percentuais.

Na Geórgia, republicanos afirmam que algumas cédulas que ainda estavam sendo processadas na cidade de Savannah acabaram em uma “pilha” de votos que já estavam prontos para serem computados. No estado, Trump tem vantagem de 0,3%, só 13.500 votos, e 98% das urnas já foram apuradas. A Geórgia negou uma petição da campanha que acusava a legitimidade de cédulas por correspondência atrasadas.

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