Uma semana após tremores que resultaram em 17 mortes na Indonésia, um segundo terremoto, de magnitude 6,9 na Escala Richter, atingiu a ilha neste domingo (5) deixando 91 mortos e 209 feridos, além de milhares de edifícios reduzidos a escombros. Na manhã desta segunda (6), autoridades do país estão retirando cerca de 1 200 de turistas das pequenas ilhas nos arredores de Lombok, onde ocorreu o sismo.
O número de pessoas que abandonou suas casas alcança 20.000 em Lombok, informou o porta-voz da agência nacional de desastres, que recordou a necessidade de alimentos e remédios. Equipes de resgate ainda procuram por sobreviventes entre os escombros de casas, mesquitas e escolas. Em Bali, principal destino turístico do país do Sudeste Asiático, o terremoto também foi sentido, ainda que em menor escala.
“Temos desafios: as estradas foram danificadas, três pontes também foram abaladas. O acesso é difícil a alguns locais e não temos funcionários suficientes”, disse o porta-voz da agência nacional de desastres do país, Sutopo Purwo Nugroho.
De acordo com o balanço mais recente, 358 turistas indonésios e estrangeiros já deixaram as Ilhas Gili. Essas ilhotas tropicais a poucos quilômetros da costa noroeste de Lombok são populares entre mochileiros e mergulhadores. Outros turistas aguardam o resgate.
Vídeos circulam nas redes sociais mostrando cenas de pânico durante os abalos. O registro visual de um imã orando na mesquita Denpasar, em Bali, enquanto a terra tremia se tornou um fenômeno viral nas redes sociais, com elogios dos internautas à fé inabalável do religioso.
Denink Ayu, recepcionista de um hotel em Gili Trawangan, a maior das três ilhas Gilis, afirmou ao canal CNN que “todos entraram em pânico” após o terremoto. “Agora estamos lutando pelos barcos. Todos estão em filas no porto, mas não há barcos suficientes”, completou, sem conter as lágrimas.
Um casal de turistas franceses que viajava em lua de mel às Ilhas Gili decidiu retornar a seu país após as cenas de pânico. “Estávamos em um ônibus, era de noite e eu começava a cochilar quando sentimos que o ônibus tremia como se o estivessem empurrando do lado fora. Então, uma garota que estava do meu lado gritou ‘earthquake‘ (terremoto, em inglês). Acordei e sentimos o chão tremendo por 15 segundos”, disse Anna, já no aeroporto internacional de Lombok.
Seu marido, Julien, afirmou que o casal pretendia passar uma semana na região, mas decidiu retornar “porque já aconteceu outro terremoto na semana passada”.
A Indonésia, um arquipélago de 17.000 ilhas e ilhotas, está localizada no que é conhecido como o “cinturão de fogo” do Pacífico, uma área de forte atividade sísmica.