Neste domingo, 20, o secretário do Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o “manual de estratégias” da Rússia para invadir a Ucrânia segue sendo cumprido, ainda que haja chances de soluções diplomáticas que possam evitar o conflito. “Como descrevemos, tudo o que pode levar a uma invasão parece estar ocorrendo”, disse à rede de televisão americana CNN.
“Tudo que estamos vendo sugere que isso é muito sério, que estamos à beira de uma invasão”, afirmou Blinken. “Vamos fazer tudo o que pudermos para evitar que aconteça.”
A despeito das sinalizações de recuo da Rússia na semana passada, mais de 100 violações de cessar-fogo ocorreram no sábado e os bombardeios russos continuam neste domingo, de acordo com o Ministério da Defesa ucraniano. Além disso, exercícios militares permanecem sendo realizados por tropas russas em Belarus e mais de 150 mil soldados na fronteira da Ucrânia.
No final desta semana, um encontro para novas negociações entre Blinken e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, pode ocorrer na Europa, mas apenas se a invasão da Ucrânia não ocorrer. Em telefonema neste domingo, o presidente russo e o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmaram que é necessário buscar soluções por vias diplomáticas, por meio de ministérios das Relações Exteriores e assessores políticos, para cessar o conflito. Em outro telefonema, Macron conversou com Bolodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, sobre possibilidades de resolver o impasse.
Neste sábado, Zelensky fez um apelo aos Estados Unidos e à Europa para já colocarem em prática as sanções contra a Rússia, com receio de que elas não surtirão efeito caso implementadas após a invasão da Ucrânia. Zelensky se encontrou com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha. Apesar do apelo, Blinken afirmou que colocar as sanções em prática antes da hora pode levar a Rússia a preparar sua defesa.
Blinken afirmou, ainda, que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está disposto a dialogar com Putin “a qualquer momento, em qualquer formato”, para ajudar a solucionar o conflito e evitar uma guerra, e que Biden fará o possível para evitar a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Acreditamos que o presidente Putin tomou a decisão, mas até que os tanques estejam realmente rodando e os aviões estejam voando, usaremos todas as oportunidades e cada minuto que tivermos para ver se a diplomacia ainda pode dissuadir o presidente Putin de levar isso adiante”, disse ele.