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Secretário de Estado dos EUA diz que rival de Maduro venceu eleição na Venezuela

Antony Blinken afirma que 'está claro' para o país que Edmundo González Urrutia ganhou a disputa e que partidos venezuelanos devem começar a discutir transição

Por Da Redação Atualizado em 1 ago 2024, 23h45 - Publicado em 1 ago 2024, 21h33

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou nesta quinta-feira, 1º, que o rival de Nicolás Maduro na eleição presidencial da Venezuela, Edmundo González, venceu a disputa. Em nota divulgada à imprensa, Blinken disse que “está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos”.

Blinken lamentou a ausência de divulgação das atas eleitorais pelo Conselho Eleitoral Nacional (CNE), órgão controlado pelo regime e afirmou que a declaração de vitória de Maduro veio sem qualquer evidência. O secretário de Estado disse que os dados de votação divulgados pela oposição, pesquisas de boca de urna e observadores independentes confirmam a vitória de González.

Blinken classificou como “uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder” as ameaças de Maduro de prender opositores como González e María Corina Machado. O secretário também defendeu que “os venezuelanos presos enquanto exercem pacificamente seu direito de participar do processo eleitoral ou exigem transparência na contagem e anúncio dos resultados devem ser libertados imediatamente”.

Blinken afirmou que os partidos devem iniciar “discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano” e disse que os EUA apoiam “totalmente o processo de restabelecimento das normas democráticas na Venezuela e estamos prontos para considerar maneiras de reforçá-lo em conjunto com nossos parceiros internacionais”.

Leia o comunicado abaixo, na íntegra:

“Sobre os resultados da eleição presidencial na Venezuela

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Os Estados Unidos aplaudem o povo venezuelano por sua participação na eleição presidencial de 28 de julho, apesar dos significativos desafios. Pelo menos 12 milhões de venezuelanos foram às urnas e exerceram um dos direitos mais poderosos concedidos às pessoas em qualquer democracia: o direito de votar. Infelizmente, o processamento desses votos e o anúncio dos resultados pelo Conselho Eleitoral Nacional (CNE), controlado por Maduro, foram profundamente falhos, levando a um desfecho que não representa a vontade do povo venezuelano.

A rápida declaração do CNE de Nicolás Maduro como o vencedor da eleição presidencial veio sem nenhuma evidência. O CNE ainda não publicou dados ou nenhuma das atas de contagem de votos, apesar dos repetidos apelos dos venezuelanos e da comunidade internacional para isso. Como relatou a missão de observação independente do Carter Center, a falha do CNE em fornecer os resultados oficiais em nível de distrito, bem como irregularidades ao longo do processo, retiraram qualquer credibilidade do resultado anunciado pelo CNE.

Enquanto isso, a oposição democrática publicou mais de 80% das folhas de contagem recebidas diretamente das seções eleitorais em toda a Venezuela. Essas folhas de contagem indicam que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos nesta eleição por uma margem intransponível. Observadores independentes corroboraram esses fatos, e esse resultado também foi apoiado por pesquisas de boca de urna e contagens rápidas no dia da eleição. Nos dias que se seguiram à eleição, consultamos amplamente parceiros e aliados em todo o mundo e, embora os países tenham adotado abordagens diferentes para responder, nenhum concluiu que Nicolás Maduro recebeu a maioria dos votos nesta eleição.

Dadas as evidências esmagadoras, está claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia ganhou a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela.

Além disso, os Estados Unidos rejeitam as alegações infundadas de Maduro contra os líderes da oposição. As ameaças de Maduro e seus representantes de prender líderes da oposição, incluindo Edmundo González e María Corina Machado, são uma tentativa antidemocrática de reprimir a participação política e manter o poder. A segurança dos líderes e membros da oposição democrática deve ser garantida. Todos os venezuelanos presos enquanto exercem pacificamente seu direito de participar do processo eleitoral ou exigem transparência na contagem e anúncio dos resultados devem ser libertados imediatamente. As forças policiais e de segurança não devem se tornar um instrumento de violência política usado contra cidadãos que exercem seus direitos democráticos.

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Parabenizamos Edmundo González Urrutia por sua campanha bem-sucedida. Agora é o momento para os partidos venezuelanos iniciarem discussões sobre uma transição respeitosa e pacífica de acordo com a lei eleitoral venezuelana e os desejos do povo venezuelano. Apoiamos totalmente o processo de restabelecimento das normas democráticas na Venezuela e estamos prontos para considerar maneiras de reforçá-lo em conjunto com nossos parceiros internacionais.”

Por que a oposição contesta o resultado?

Na madrugada de segunda-feira, o CNE apontou vitória de Maduro com 51% dos votos, contra 44% de Edmundo González, que substituiu María Corina Machado, vencedora das primárias da oposição, após ser inabilitada pelo regime chavista.

Em contraste, levantamentos de boca de urna sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 65% de apoio, contra apenas 31% do líder bolivariano.

O principal ponto de questionamento da oposição e da comunidade internacional é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais – relatórios que reúnem informações de cada centro eleitoral.

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