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Sanders vira alvo em debate democrata antes das prévias na Carolina do Sul

Favorito para enfrentar Donald Trump, senador foi confrontado pelos seus adversários a uma semana da "Super Terça"

Por AFP 26 fev 2020, 06h38
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  • Os pré-candidatos democratas à presidência dos Estados Unidos realizaram um debate acalorado em Charleston, Carolina do Sul, na noite de terça-feira, 25. Favorito, Bernie Sanders virou alvo e foi questionado sobre sua capacidade de unir os eleitores e derrotar Donald Trump.

    O debate aconteceu a quatro dias das primárias na Carolina do Sul e foi uma oportunidade para o ex-vice-presidente Joe Biden tentar impulsionar sua campanha, após os resultados decepcionantes nas três primeiras etapas da disputa democrata.

    Os rivais de Sanders criticaram suas opiniões de esquerda e seus planos, principalmente a reforma para dar uma cobertura universal de saúde, como muito radicais para convencer o eleitorado americano.

    Sanders – que venceu as primárias em New Hampshire e em Nevada – rebateu as críticas de que é “muito radical” e disse que tem a seu favor o fato de ser capaz de inspirar a participação dos eleitores.

    “A forma de derrotar Trump – que é o que todos desejam – é que precisamos de uma campanha com energia e emoção. E precisamos trazer de volta a classe trabalhadora para o Partido Democrata”, disse.

    A Carolina do Sul organizará a última votação antes da “Super Terça”, que será em 3 de março, quando 14 estados votarão simultaneamente, com um terço dos delegados necessários para a indicação do partido em disputa.

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    Biden, que precisa provar na Carolina do Sul que continua sendo um candidato viável, advertiu que Sanders é brando no que diz respeito ao porte de armas, enquanto o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg disse que a Rússia tenta ajudar o senador para beneficiar Trump.

    “Vladimir Putin pensa que Donald Trump deveria ser presidente dos Estados Unidos e por isto a Rússia o está ajudando a ser escolhido, para que seja derrotado por ele”, declarou Bloomberg.

    A senadora Elizabeth Warren e o ex-prefeito de South Bend (Indiana), Pete Buttigieg, dois candidatos que precisam de um impulso para seguir na disputa, atacaram o programa de Sanders por seus custos.

    Buttigieg, um veterano do exército de 38 anos, afirmou que uma candidatura de Sanders provocaria o “caos” e dividiria os americanos.

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    Warren disse que compartilha a agenda progressista de Sanders, mas destacou que existem profundas diferenças entre os dois.

    Em sua defesa, Sanders citou um estudo da Universidade de Yale que mostra que um plano de seguro universal de saúde salvaria 68.000 vidas a cada ano e representaria uma economia de 450 bilhões de dólares.

    Polêmica de Sanders sobre Cuba

    Durante o debate, Sanders respondeu à polêmica provocada por suas declarações quando foi entrevistado no programa de TV “60 Minutes” a respeito de comentários feitos há três décadas sobre países como Cuba, em particular destacando que Fidel Castro organizou uma campanha de alfabetização.

    “Eu sou contrário ao autoritarismo em todo o mundo”, declarou Sanders no debate.

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    “Claro que há uma ditadura em Cuba”, afirmou, ao ressaltar que seus comentários não são tão diferentes das declarações feitas pelo ex-presidente Barack Obama, que iniciou uma aproximação com Havana em 2014.

    Embora tenha condenado o tratamento dos “dissidentes presos” na ilha, suas declarações no domingo provocaram críticas de outros candidatos e de congressistas democratas na Flórida, um reduto dos cubanos anticastristas e um estado crucial para conquistar a Casa Branca.

    “Eu acredito que é uma boa ideia ser honesto sobre a política externa americana e isso inclui o fato de que os Estados Unidos derrubarem governos em todo o mundo, no Chile, na Guatemala, no Irã e quando as ditaduras, seja na China ou em Cuba, fazem algo de bom, você reconhece”, afirmou durante o debate.

    O ex-vice-presidente Joe Biden disse que o contexto em que Obama se expressou era diferente, pois estava no exterior. Ele afirmou que o ex-presidente nunca aceitou “regimes autoritários”.

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