Com a ambição de firmar-se como líder dos eurocéticos, o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, pretende montar uma coalizão de partidos de extrema direita do continente para as eleições do Parlamento Europeu em 23 de maio. Segundo o jornal britânico The Guardian, um primeiro encontro dos chefes partidários se dará em Milão na próxima semana.
Partidos de cerca de 20 países da Europa foram convidados para o encontro. Populistas de direita governam na Itália, Hungria, Áustria, Polônia e têm registrado avanços na França, Holanda e Espanha. Mesmo que não consigam a maioria das cadeiras do Parlamento Europeu, tenderão a ampliar sua representação em Estrasburgo.
“A diferença entre nós e os outros é que eles têm de ir ao exterior para construir alianças. Mas a Liga convite os movimentos europeus a virem à Itália, nosso país tornou-se central, graças a este governo”, afirmou Salvini, referindo-se a seu partido de extrema direita, Liga Norte, e seu coligado Movimento 5 estrelas (M5S), que compõem a atual administração italiana.
Segundo o Guardian, o porta-voz do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) confirmou o envio de um representante a Milão. A francesa Marine Le Pen já havia previamente respaldado a proposta de Salvini de compor uma coalizão da extrema direita europeia.
Mas o partido de Le Pen, Frente Nacional, disse que ela declinou o convite. Mais prováveis serão as presenças de representantes de Viktor Orban, primeiro ministro da Hungria, que declarou ser Salvini “um heroi”, do Partido Popular do primeiro-ministro da Aústria, Sebastian Kurz, e do presidente conservador polonês, Andrzej Duda.
Traidores
No Parlamento europeu, o líder do Partido de Independência do Reino Unido (Ukip), Gerard Batten, corre o risco de perder seu mandato por ter acusado os políticos de seu país de “traidores e colaboracionistas” e comparado líderes europeus a Adolp Hitler. A queixa contra Batten foi apresentada pelo Partido Nacional Escocês que, como o Ukip, tem representação no Parlamento Europeu, ao presidente do Parlamento Europeu, António Tajani.
“Vocês fizeram o que Felipe da Espanha, o que Napoleão, o que o Kaiser Wilhelm e Hitler não puderam fazer. Vocês trouxeram a Grã Bretanha ajoelhada sem dar um único tiro”, afirmou Batten em discurso no Parlamento, dirigindo-se ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ao principal negociador europeu do Brexit, Michel Barnier.
“Mas vocês não poderiam ter feito nenhuma dessas coisas sem a conivência dos traidores e colaboracionistas no Parlamento britânico e na sociedade britânica”, completou.