O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta terça-feira, 28, que a Rússia está aberta a negociações para encerrar o conflito na Ucrânia, mas que o país não vai ceder as regiões recentemente anexadas, que descreveu como novas “realidades territoriais”.
“Existem certas realidades que já se tornaram um fator interno. Refiro-me aos novos territórios. A constituição da Federação Russa existe e não pode ser ignorada. A Rússia nunca será capaz de se comprometer com isso. Estas são realidades importantes”, disse em uma breve reunião com repórteres. “Com uma situação favorável e a atitude apropriada dos ucranianos, isso pode ser resolvido na mesa de negociações. Mas o principal é atingir nossos objetivos”.
Em setembro de 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, assinou tratados de adesão para quatro regiões da Ucrânia invadida. As regiões de Kherson, Zaporizhzhia, Luhansk e Donetsk foram anexadas oficialmente ao território russo depois de referendos locais.
Os resultados tiveram suspeitíssimas taxas de aprovação na casa dos 95%, e a comunidade internacional rejeitou a legitimidade das votações. Posteriormente, as regiões foram nomeadas como constituintes da Federação Russa via decreto.
Além das quatro regiões tomadas após a invasão, que completou um ano nessa semana, a Rússia também anexou ilegalmente a península da Crimeia, em 2014.
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