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Rússia diz que não encontrou indícios de ataque químico na Síria

Segundo organizações da sociedade civil, ataque deixou pelo menos 42 civis mortos e outros 500 feridos

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h23 - Publicado em 9 abr 2018, 13h02
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  • O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, garantiu nesta segunda-feira que especialistas russos não encontraram vestígios de substâncias químicas na cidade de Duma, o principal reduto da oposição síria nos arredores da capital Damasco.

    “Nossos especialistas militares já estiveram nesse lugar e também os representantes sírios do Crescente Vermelho [Cruz Vermelha]. Não encontraram lá nenhum rastro do uso de cloro e do uso de outra substância química contra civis”, disse Lavrov à imprensa.

    Lavrov tachou de “provocação” a acusação de que as forças governamentais sírias teriam utilizado armas químicas contra sua população. O chefe da diplomacia russa afirmou que o objetivo era lançar “uma colossal campanha anti-Síria” que, segundo ele, também atingiu a Rússia, que é acusada de “proteger um regime criminoso”.

    O Centro de Reconciliação Russo na Síria emitiu um comunicado no qual os médicos do hospital de Duma disseram que não tinham admitido nenhum doente com sintomas de intoxicação química. “Todas as pessoas que eles atenderam mostravam traumas frequentes, lesões, ferimentos com estilhaços e de bala”, afirmou o centro.

    Os militares russos na Síria também destacaram que os rebeldes do Exército do Islã que deixaram Duma disseram não saber nada sobre um ataque químico contra a cidade situada em Ghuta Oriental.

    A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) já começou a investigar o suposto ataque governamental com armas químicas contra Duma, no qual teriam morrido pelo menos 42 civis e outros 500 teriam ficado feridos.

    As ONGs Defesa Civil Síria (também conhecida como “capacetes brancos”) e Syrian American Medical Society (SAMS) acusaram as forças leais ao ditador sírio Bashar Assad de serem responsáveis pelo ataque.

    As organizações, que divulgaram fotos de corpos e estimaram em centenas o número de pessoas afetadas pelo ataque, garantiram que “um helicóptero lançou um barril-bomba que continha um agente químico sobre Duma”.

    A agência oficial síria, Sana, rejeitou qualquer responsabilidade das forças sírias e assegurou que as denúncias “são uma tentativa clara de impedir o progresso do Exército”.

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    Reações

    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou ontem a Rússia e o Irã por “apoiarem o animal Assad”.

    O Departamento de Estado já tinha pedido à Rússia que encerrasse “imediatamente” o seu apoio “incondicional” ao regime e considerou, “em última instância”, o Kremlin como “responsável por esses brutais ataques”.

    O governo britânico também se pronunciou e pediu que o ataque seja “investigado urgentemente”. Em comunicado divulgado por Downing Street – escritório oficial da primeira-ministra, Theresa May -, um porta-voz apontou que “os responsáveis (do incidente, que terminou com dezenas de mortos) devem prestar contas perante a Justiça”.

    (Com AFP e EFE)

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