O porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quarta-feira, 4, que não há chance do Kremlin declarar formalmente uma guerra à Ucrânia em 9 de maio, historicamente celebrado como o “Dia da Vitória” na Rússia. A declaração foi lançada após o governo dos Estados Unidos afirmar que não permitirá que o feriado patriótico russo, que marca a vitória sobre os nazistas, seja revertido em propaganda de guerra.
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Desde o início da invasão à Ucrânia, em 24 de fevereiro, o Kremlin tem se recusado a denominar sua ofensiva de “guerra”. O governo russo diz que segue em uma “operação militar especial” para “desnazificar” o país vizinho.
Na últimas semanas, autoridades do Ocidente têm especulado que o líder russo está esperando uma data especial para Moscou, como o dia 9 de maio, para declarar formalmente guerra à nação governada por Volodymyr Zelensky.
“Acho que ele tentará sair de sua ‘operação especial’. Ele está rondando o campo, preparando o terreno para poder dizer ‘olha, agora é uma guerra contra os nazistas, e o que eu preciso é de mais pessoas. Preciso de mais bucha de canhão russa’”, disse o secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, à rádio LBC.
A data é um dos dias mais importantes para os russos, marcando o triunfo da União Soviética contra os nazistas em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial. Em todos os anos, o feriado é celebrado com um imponente desfile militar que toma conta da capital russa.
Na última terça-feira, 3, a diretora sênior do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Amanda Sloat, disse que o governo de Joe Biden não irá permitir que Putin “coopte” o Dia da Vitória. Em entrevista à CNN, ela indicou o risco de Putin se aproveitar da data para angariar apoio à sua ofensiva militar, incluindo a mobilização total de forças para anexar a região separatista do Donbas, centro da disputa entre os países em guerra.
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“A primeira coisa que eu diria é que o Dia da Vitória não é algo que pertence apenas à Rússia, mas a toda Europa, que unificou seus esforços para derrotar os nazistas. Então, este é um feriado mais amplo que não devemos deixar ser cooptado pelo presidente Putin no dia 9″, afirmou Sloat.
Um dia após as declarações da autoridade da Casa Branca, o porta-voz de presidente russo, Dmitry Peskov, reiterou que não há nenhuma chance do evento ser revertido numa oficialização da guerra. “Isso é um absurdo”, disse Peskov à CNN.
O porta-voz também rejeitou rumores de que Kremlin usaria o feriado da semana que vem para anunciar a mobilização no país, o que permitiria ao governo não apenas reunir tropas, mas também alinhar a economia ao estatuto de guerra.
A operação militar russa teve início no dia seguinte a outra data crucial para o Kremlin: o Dia do Defensor da Pátria. A coincidência sustenta as suspeitas de que Putin tem um olho afiado para o simbolismo, levando autoridades ocidentais a acreditar que ele usaria o 9 de maio para anunciar uma conquista militar na Ucrânia, um grande escalada de hostilidades – ou ambos.