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Rússia critica fala de Trump sobre possível aliança do Brasil com a Otan

Chanceler russo lembrou do tratado que originou a aliança, cujo objetivo é proteger europeus e americanos, excluindo nações de fora do Atlântico Norte

Por Da Redação
Atualizado em 27 mar 2019, 19h20 - Publicado em 27 mar 2019, 14h16

O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, criticou as declarações do presidente americano Donald Trump sobre uma possível filiação do Brasil à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Para Grushko, Trump não coopera com o alívio das tensões em um cenários conflituoso na política interna e externa.

“O presidente Trump sugeriu recentemente a expansão da área encoberta pela Otan na América do Sul, admitindo que o Brasil, um membro dos Brics, poderia se juntar à Otan”, disse o ministro russo durante uma conferência na Europa, mencionando o grupo que une brasileiros e russos à China, Índia e África do Sul. “Não está claro se ele (Trump) leu o Tratado do Atlântico Norte, que especifica quem pode participar da aliança. De qualquer forma, essas declarações não ajudam em dispersar a atmosfera de confronto do mundo atual.”

Ao mencionar o tratado que deu origem à Otan, Grushko se refere às questões geográficas envolvidas em aceitar a participação de países que não são da América do Norte ou da Europa, já que a proteção dessa região é o foco da aliança militar. Por isso mesmo, nações de fora do eixo do Atlântico Norte são incluídas no bloco sob o status de “parceiro global”.

A entrada do Brasil não seria pioneira entre nações sul-americanas. Em maio de 2018 a Colômbia já havia sido aceita como um parceiro global da aliança atlântica, em um movimento visto como uma forma de manter a Venezuela sob a zona de influência americana e europeia.

O governo colombiano trabalhava desde 2013 com esse objetivo, quando começou um projeto com a Otan sobre assuntos relacionados à segurança eletrônica, marítima, crime organizado e terrorismo. Funcionários do Ministério de Defesa do país participaram de treinamentos na Europa que prometem ajudar a melhorar a transparência e a prestação de contas em instituições de defesa.

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Diversos outros países têm o status de “parceiro global” da Otan, como Afeganistão, Austrália, Iraque, Japão, Coreia do Sul, Mongólia, Nova Zelândia e Paquistão.

No último dia 19, em um encontro com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na Casa Branca, Trump disse que o Brasil é “um aliado estratégico fora da Otan” mas que analisará a possibilidade de promovê-lo a sócio global da aliança. “Designarei o Brasil como um aliado estratégico fora da Otan, ou talvez possivelmente como um aliado na Otan. Teria que falar com muita gente, mas talvez será um aliado na Otan.”

Trump, receberá o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, na Casa Branca, no próximo dia 2 de abril. A visita coincide com o 70º aniversário da Aliança Atlântica, que nasceu em 4 de abril de 1949 em Washington. Durante a campanha eleitoral, em 2016, o então candidato afirmou que a Otan era uma organização “obsoleta”. Depois de eleito, o líder também reclamou diversas vezes de que os Estados Unidos gastam demais com a organização.

(com Agência Efe)

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