O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira, 26, que o país já superou o pico da pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus, no mesmo dia em que o país registrou o recorde de mortes causadas pela doença. Os números oficiais de Moscou de vítimas da Covid-19 têm sido questionados internamente e apontados no exterior como manipulados.
Putin alegou que a pandemia “continua estável de forma geral no país, nas regiões e no exército” e, por isso, “podemos considerar que o pico já foi superado”.
Com mais de 362.341 casos confirmados nesta terça-feira, a Rússia foi ultrapassada pelo Brasil na semana passada e agora ocupa o terceiro lugar entre os países mais afetados pela Covid-19. Nesta terça, registrou mais 174 mortes pela doença, elevando seu total a 3.807 óbitos. A discrepância entre casos e mortes, que resulta em uma taxa de letalidade de apenas 1%, é o principal alvo de suspeitas de manipulação.
Moscou continua a ser o principal foco da infecção na Rússia, com 169.303 casos confirmados nesta terça-feira – 2.830 a mais do que na véspera. A capital russa segue em confinamento obrigatório para a população, pelo menos, até o início de junho. Para o restante do país, exceto São Petersburgo, Putin liberou os governadores a definirem a suspensão da quarentena.
Na visão do Kremlin, porém, há uma leve diminuição no contágio, o que sugere o início da estabilização da propagação da pandemia.
Putin aproveitou seu discurso para divulgar a nova data dos desfiles militares de comemoração da vitória das tropas aliadas sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. “Ordeno o início dos preparativos para o desfile militar na capital russa e em outras cidades (…) Vamos fazê-lo no dia 24 de junho”, disse durante uma reunião com seu ministro da Defesa, Serguei Shoigu, transmitida pela televisão. Sobre a Covid-19.
O desfile estava marcado para o dia 9 de maio, mas foi adiado por causa da quarentena ainda vigente. No entanto, o presidente furou o isolamento e discursou em uma cerimonia modesta presenciada por um pequeno grupo de militares e transmitida ao vivo pela televisão.
(Com EFE e AFP)