O Ministério da Defesa da Rússia informou nesta terça-feira, 16, que um armazém de munições russo na península da Crimeia foi incendiado, deflagrando explosões. O incidente ocorreu uma semana após um suposto ataque da Ucrânia a uma base militar russa na mesma região.
Autoridades russas afirmam que o incêndio começou em um local de armazenamento temporário de munição perto da vila de Maiske por volta das 06h15, horário de Moscou.
Segundo informações oficiais, não houve vítimas “graves”, mas o chefe regional pró-Rússia, Sergei Aksyonov, disse que 2.000 pessoas foram removidas de uma vila próxima às explosões e duas ficaram feridas.
+ Banhistas fogem de praia na Crimeia após explosões em base aérea russa
“Um homem foi ferido por estilhaços e outro foi esmagado por uma parede. Suas vidas não estão em perigo, felizmente”, disse Aksyonov.
Um incêndio separado eclodiu na subestação de energia da cidade de Dzhankoi e uma ferrovia foi danificada. Apesar da causa do incêndio ainda estar sendo investigada, autoridades russas culparam Kiev pelo incidente, acusando a Ucrânia de “sabotagem”.
Na terça-feira passada, 1, uma série de explosões destruiu aviões de guerra russos em uma base militar do Mar Negro, na costa da Crimeia. O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que as explosões “degradaram significativamente” a capacidade de aviação da frota da marinha russa no Mar Negro.
Uma pessoa foi morta e outras várias ficaram feridas após estilhaços atingirem uma região turística, nos arredores do complexo militar. O Ministério da Defesa russo alegou que o incidente foi devido a detonações de munição armazenada, enfatizando que não houve qualquer ataque.
Apesar de a Ucrânia não admitir publicamente a autoria de nenhum dos ataques, o conselheiro presidencial Mykhailo Podolyak descreveu o último incidente como “desmilitarização em ação”, indicando que as explosões não foram acidentais.
+ Zelensky promete ‘libertar’ a Crimeia após explosão de base russa
Antes dessas explosões, a península da Crimeia tinha sido poupada dos combates envolvendo tropas russas e ucranianas desde o início da guerra, em 24 de fevereiro.
O Kremlin vem alertando há bastante tempo que qualquer ataque à península ocupada desde 2014 por Moscou irá desencadear uma retaliação em massa, incluindo ataques a centros de tomada de decisão na capital ucraniana.
A Ucrânia está correndo contra o tempo para recuperar a cidade de Kherson, no sul do país, antes que a Rússia decida anexá-la a seu território, a exemplo da Crimeia, o que pode gerar mais um ponto de inflexão diplomática entre os países. A região foi conquistada pelo Exército russo na primeira fase da guerra.
Desde junho, as forças ucranianas usaram vários lançadores de foguetes Himars dos Estados Unidos para atingir até 50 lojas de armas, de acordo com o Ministério da Defesa ucraniano. Pontes no sul também foram atingidas, colocando em risco linhas vitais de abastecimento da Crimeia a Kherson.