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Rússia acusa EUA de financiarem protestos em Belarus

Washington teria patrocinado oposição ao presidente Alexander Lukashenko com 'dezenas de milhões de dólares' e planejado protestos 'antes das eleições'

Por Da Redação
Atualizado em 4 jun 2024, 15h20 - Publicado em 16 set 2020, 16h37
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  • O Serviço de Inteligência Estrangeiro da Rússia acusou nesta quarta-feira, 16, os Estados Unidos de financiarem protestos contra o governo de Belarus, que enfrenta acusações de fraude nas eleições. A Casa Branca teria direcionado “dezenas de milhões de dólares” para ajudar manifestantes no país aliado da Rússia.

    “Embora no plano público Washington tente se manter nas sombras, após o início dos protestos em massa nas ruas os americanos aumentaram várias vezes o financiamento das forças anti-governamentais de Belarus”, disse Sergey Narishkin, chefe do Serviço de Inteligência, em comunicado.

    Narishkin estimou o financiamento em “várias dezenas de milhões de dólares” e lembrou que “o Ocidente começou a preparar os protestos muito antes das eleições em Belarus”.

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    “Só entre 2019 e o início de 2020, [os Estados Unidos] enviaram cerca de 20 milhões de dólares por meio de ONGs a organizações antigovernamentais”, disse ele.

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    Em sua opinião, o governo americano tenta organizar uma “nova revolução” e um “golpe inconstitucional”, e que seus objetivos não se relacionam aos interesses de Belarus.

    “De acordo com os dados do Serviço de Inteligência Estrangeira, os Estados Unidos desempenham um papel fundamental nos eventos atuais em Belarus”, afirmou. Narishkin completou que Washington patrocinou a líder da oposição que está em auto-exílio na Lituânia, Svetlana Tikhanovskaya, e outros opositores que o país apresentaria como “líderes populares” e futuros líderes de uma “Belarus democrática”.

    Os Estados Unidos, com o apoio da União Europeia, pedem uma pressão internacional para obrigar o presidente Alexander Lukashenko a abrir diálogo com o Conselho de Coordenação, da oposição, para uma transição política e sua saída do cargo. Ele é apelidado de “último ditador da Europa” por se manter no poder há 26 anos.

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    Desde as eleições presidenciais em 9 de agosto, que reelegeram o presidente com supostamente 80% – o que gerou acusações de fraude – marchas contra Lukashenko ocorrem todos os domingos. Mais de 7.000 pessoas foram presas desde o início dos atos. A polícia é acusada de truculência e perseguição, sendo que o uso de agentes sem uniformes para prender manifestantes se tornou prática do governo.

    Nesta quarta-feira, autoridades bielorrussas acusaram uma das líderes da oposição e membro do conselho, Maria Kolesnikova, de “ações destinadas a minar a segurança nacional”, que podem levar a uma pena de cinco anos de prisão. Todos os membros do Conselho de Coordenação, exceto a ganhadora do prêmio Nobel de literatura Svetlana Aleksiévich, foram presos ou deportados.

    Lukashenko, que durante a campanha eleitoral acusou o Kremlin de interferência na ex-república soviética, voltou-se para a Rússia em meados de agosto para obter ajuda. Na segunda-feira 14, Lukashenko recebeu, durante encontro em Sochi, o apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que prometeu 1,5 bilhão de dólares em empréstimos e o incentivou a reformar a Constituição para sair da atual crise.

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    Em reunião com o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, nesta quarta-feira, Lukashenko disse que havia pedido a Putin “vários novos tipos de arma”. Contudo, o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, negou que os líderes haviam discutido armamentos.

    (Com EFE)

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