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Reino Unido acusa o próprio Putin de ordenar ataque a ex-espião

Chefe da diplomacia britânica afirma que é "esmagadoramente provável" que a decisão de atacar Sergei Skripal tenha partido do presidente russo

Por Da redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h25 - Publicado em 16 mar 2018, 11h37
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  • O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, disse nesta sexta-feira que é bastante provável que o próprio presidente da Rússia, Vladimir Putin, tenha tomado a decisão de usar o agente químico de nível militar para envenenar o ex-espião russo Sergei Skripal na Inglaterra.

    “Nós não temos nada contra os russos. Não deve haver nenhuma russofobia como resultado do que está acontecendo”, disse Johnson. “Nossa briga é com o Kremlin de Putin e com a sua decisão e nós pensamos que é esmagadoramente provável que tenha sido decisão dele de orientar o uso de um agente [químico] nervoso nas ruas do Reino Unido, nas ruas da Europa, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.”

    Johnson sugeriu, ainda, que há “uma relação” entre o apoio que o presidente russo, Vladimir Putin, dá ao regime sírio de Bashar Assad e o envenenamento do ex-espião.

    Em um artigo publicado no jornal francês Le Parisien, o ministro britânico afirma que há “uma relação direta entre a indulgência manifestada por Putin com as atrocidades perpetradas por Assad na Síria e o fato de que o Estado russo não tenha duvidado em usar uma arma química em território britânico”.

    A Rússia nega qualquer envolvimento no envenenamento de Skripal. Nesta sexta-feira, o Kremlin classificou a acusação de envolvimento de Putin como “chocante”.

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    “Qualquer referência ou menção ao nosso presidente em relação a isso é uma violação chocante e imperdoável de regras diplomáticas de comportamento decente”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias Tass.

    Nesta sexta-feira, autoridades britânicas afirmaram ao jornal The Daily Telegraph que a arma química utilizada para envenenar o ex-espião russo pode ter sido escondida na bagagem de sua filha antes de ela pegar um voo com destino a Londres para visitar o pai.

    Segundo essa teoria, a toxina pôde ter impregnado em algum artigo de vestiário ou em algum cosmético de Yulia, ou algum outro objeto guardado na mala, que foi aberto no domicílio inglês de Skripal, na cidade de Salisbury.

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    Represálias

    Nesta semana, a primeira-ministra britânica, Theresa May, revelou várias medidas de represálias que o Reino Unido adotará contra a Rússia, incluindo a expulsão de 23 diplomatas russos, a suspensão das relações bilaterais a alto nível, um aumento dos controles a cidadãos russos que visitem o Reino Unido e a ausência de representação britânica por parte da realeza na Copa do Mundo de Futebol da Rússia.

    Em resposta, o Kremlin anunciou que pode expulsar diplomatas britânicos do país “a qualquer momento”.

    A chanceler alemã, Angela Merkel, no entanto, disse que a prioridade imediata de líderes da União Europeia que estão analisando o ataque com agente nervoso contra um ex-espião russo no Reino Unido não é discutir um possível boicote à Copa do Mundo da Rússia.

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    Antes de uma cúpula de líderes da União Europeia onde o incidente será debatido, nesta sexta-feira, Merkel disse que o foco das discussões será a necessidade de obter esclarecimentos sobre o que aconteceu no ataque.

    Seu colega sueco Stefan Lofven, falando durante a mesma coletiva de imprensa, disse concordar que a Rússia precisa fornecer clareza sobre o ataque.

    O governo britânico havia dado até terça-feira para que Moscou se pronunciasse sobre seu envolvimento no ocorrido, porém, até agora nenhuma explicação foi divulgada.

    (Com EFE e Reuters)

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