Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Rei Charles apoia investigar o vínculo da monarquia com a escravidão

Palácio de Buckingham fez declaração histórica depois que jornal britânico expôs participação problemática da realeza no comércio escravocrata

Por Da Redação
Atualizado em 6 abr 2023, 12h10 - Publicado em 6 abr 2023, 12h10
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O rei Charles III sinalizou, pela primeira vez, seu apoio a uma pesquisa sobre os vínculos históricos da monarquia britânica com a escravidão, depois que extensas evidências que ligam a família real ao tráfico transatlântico de pessoas foram expostas pelo jornal britânico The Guardian na quarta-feira 5.

    Esta é a primeira vez que o Palácio de Buckingham declara publicamente que apoia uma investigação sobre a problemática história da realeza. Historiadores receberam o novo posicionamento com cautela. De acordo com diversos especialistas em escravidão, a realeza ainda precisa fazer muito mais a respeito.

    A monarquia britânica divulgou a declaração depois que o Guardian revelou um registro da atuação de um antecessor de Charles em uma empresa de comércio de escravos. O documento inédito mostra uma transferência de 1.000 libras em ações da Royal African Company, em 1689, para o rei Guilherme III.

    Edward Colston, vice-presidente da empresa de comércio de escravizados, foi responsável pela transação. O comerciante inglês se tornou uma figura notória desde que historiadores e ativistas passaram a questionar sua fama de “benfeitor da cidade”. Em 2020, em meio aos protestos do movimento Black Lives Matter, manifestantes derrubaram sua estátua em Bristol.

    + Palácio de Buckingham divulga papel do príncipe George na coroação do avô

    O arquivo foi encontrado pela historiadora Brooke Newman, da Virginia Commonwealth University, em uma viagem de pesquisa a Londres em janeiro. A especialista está trabalhando no livro The Queen’s Silence (“O Silêncio da Rainha”, em tradução livre), que conta a história do envolvimento da monarquia britânica na escravidão e a reticência da instituição em reconhecer seu controverso papel.

    Continua após a publicidade

    Segundo a historiadora, a transferência da Royal African Company para o rei Guilherme III oferece “evidências claras” da importância da escravidão para a riqueza da monarquia.

    “Os lucros do comércio de escravos e das indústrias construídas com o trabalho de pessoas escravizadas financiaram a expansão do império, que gerou uma vasta riqueza adicional para a Grã-Bretanha e suas famílias reais”, afirma Newman.

    + O ‘código secreto’ de Kate Middleton para disciplinar filhos em público

    Apesar de Buckingham não ter comentado sobre o documento, afirmou apoiar um projeto de pesquisa que explora as ligações entre a monarquia britânica e o comércio transatlântico de escravos durante os séculos XVII e XVIII.

    Continua após a publicidade

    A investigação começou em outubro passado e é co-patrocinada pela Historic Royal Palaces (HRP), que administra vários palácios. A família real, além disso, permitiu o acesso dos pesquisadores envolvidos à coleção real e aos arquivos reais.

    Financiado pelo Conselho de Pesquisa em Artes e Humanidades, a pesquisa é supervisionada pelo professor Edmond Smith, da Universidade de Manchester, e é fruto do projeto de doutorado da historiadora Camilla de Koning, conduzido na mesma instituição.

    Um porta-voz do palácio afirmou que o processo de reparação continuou “com vigor e determinação desde a ascensão” do rei Charles.

    Continua após a publicidade

    “Esta é uma questão que Sua Majestade leva profundamente a sério. Como Sua Majestade disse à recepção dos chefes de governo da Commonwealth em Ruanda no ano passado: ‘Não consigo descrever a profundidade de minha tristeza pessoal pelo sofrimento de tantos, enquanto continuo a aprofundar minha própria compreensão do impacto duradouro da escravidão’”, disse um porta-voz do palácio.

    O rei da Inglaterra, no entanto, foi criticado por ativistas e representantes dos países caribenhos, onde escravizados foram forçados a trabalhar em plantações de propriedade britânica por gerações. Segundo eles, apenas expressar tristeza generalizada e não reconhecer explicitamente o papel da monarquia não é o suficiente.

    A declaração mais recente é o passo mais próximo dessa admissão que a família real britânica já deu.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.