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Refém denuncia morte da filha e estupro da esposa pelos talibãs

Joshua Boyle disse ter viajado com a família ao Afeganistão para ajudar a "minoria mais esquecida do mundo"

Por Da redação
Atualizado em 14 out 2017, 18h26 - Publicado em 14 out 2017, 17h54
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  • O canadense Joshua Boyle, refém libertado no Paquistão após cinco anos de cativeiro no Afeganistão, afirmou que os sequestradores da rede Haqqani, ligada aos talibãs, mataram sua filha e estupraram sua esposa, ao retornar a seu país na sexta-feira à noite.

    “A estupidez e a maldade da Haqqani ao sequestrar um viajante e sua esposa grávida, que foram ajudar os moradores nas regiões controladas pelos talibãs no Afeganistão, só foram superadas pela estupidez e a maldade ao autorizar o assassinato de minha filha”, declarou Boyle.

    Ao ler um texto diante das câmeras, o refém, à beira das lágrimas, disse que a sua recusa reiterada em aceitar uma oferta que os criminosos da rede Haqqani fizeram teve como consequência “o estupro de minha esposa por um guarda, pelo capitão dos guardas e supervisionado pelo comandante Haqqani, Abu Hajar”.

    Em outra mensagem enviada neste sábado a vários meios de comunicação canadenses de Smith Falls, a 80 quilômetros de Ottawa, onde moram seus pais, ele declarou que a família chegou por fim “à verdadeira casa” que seus filhos não conheceram.

    Segundo Boyle, o assassinato de sua filha e o estupro da esposa, a americana Caitlan Coleman, em 2014, foram confirmados por uma investigação afegã em 2016.

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    Libertados na quarta-feira no Paquistão, Boyle, a esposa e três filhos nascidos em cativeiro no Afeganistão desembarcaram na sexta-feira à noite ao aeroporto de Toronto.

    Boyle afirmou que é importante para sua família agora poder “construir um santuário seguro que os três filhos sobreviventes possam chamar de lar”. Também disse que pretende oferecer, além de educação, um entorno que permita às crianças “recuperar uma parte da infância que perderam”.

    Ajudar uma minoria

    Boyle afirmou que viajou ao Afeganistão para ajudar a “minoria mais esquecida do mundo”.

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    “Estes moradores comuns que vivem em zonas remotas de territórios controlados pelos talibãs no Afeganistão, onde nenhuma ONG, nenhum voluntário ou nenhum governo jamais conseguiu levar a ajuda necessária”, disse.

    Joshua Boyle e Caitlan Coleman, casados desde 2011, foram sequestrados pelos talibãs pouco depois de entrarem no Afeganistão em 2012. Depois foram entregues à rede aliada Haqqani no Paquistão.

    Ainda existem, no entanto, perguntas sem resposta sobre como Boyle e sua esposa grávida foram parar em um território controlado pelos talibãs. O pai de Caitlan atacou verbalmente seu genro em uma entrevista à ABC. “Levar sua esposa grávida para um local tão perigoso, para mim, e para o tipo de pessoa que sou, é inadmissível”, disse Jim Coleman.

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    Na quinta-feira, a ministra canadense das Relações Exteriores, Chrystia Freeland, afirmou que Boyle não era objeto de nenhuma investigação no país e informou que nenhum resgate foi pago pela libertação dos cinco integrantes da família.

    (Com agência France-Presse)

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