Uma rebelião em um presídio da cidade venezuelana de Barquisimeto, no oeste do país, deixou pelo menos 54 pessoas mortas e outras 80 feridas na sexta-feira. De acordo com o diretor do Hospital Central de Barquisimeto, Ruy Medina, doze das vítimas morreram no centro médico. Medina detalhou que mais de 90 detentos alvejados por tiros foram encaminhados ao hospital na sexta, dos quais 30 seguem internados.
Segundo o jornal venezuelano El Universal, pelo menos um agente da Guarda Nacional do país e dois pastores evangélicos estão entre os mortos.
De acordo com a versão oficial sobre o confronto, o motim aconteceu quando membros da Guarda Nacional entraram na prisão na manhã de sexta para realizar uma revista em busca de armas e foram atacados pelos detentos. Sem dar mais detalhes sobre o ocorrido, a ministra para o Serviço Penitenciário da Venezuela, Iris Varela, lamentou o saldo de vítimas e prometeu fornecer mais informações em breve.
“Assim que tivermos o controle absoluto das instalações do centro penitenciário de Uribana, passaremos a precisar as causas do ocorrido e o número das pessoas afetadas para oferecer um relatório detalhado, objetivo e veraz”, afirmou. A ministra também apontou a imprensa local e as redes sociais como “detonadoras” do confronto por noticiarem a movimentação da Guarda Nacional antes da realização da inspeção.
Histórico – Considerado um dos presídios mais violentos do país, o centro penitenciário de Uribana, onde ocorreu o motim, é um reflexo dos graves problemas enfrentados pela Venezuela no seu sistema carcerário. Apesar de ter capacidade para apenas 850 detentos, a prisão abriga atualmente 2.400 presos. Além da superlotação, a facilidade na entrada de armas e a lentidão da Justiça do país são outros fatores que contribuem para a transformação das prisões venezuelanas em “bombas-relógio”, como definiu a própria ministra Varela em agosto, quando um confronto entre facções matou 24 detentos e um visitante em um presídio de Caracas.
(Com agência EFE)