Rebeldes de Belarus bombardeiam aviões russos em Minsk
Ataques com drones em aeroporto na capital bielorrussa destruíram aeronave de vigilância; governo de Belarus apoia Rússia na guerra contra Ucrânia
Opositores do governo de Belarus informaram nesta segunda-feira, 27, que foram responsáveis pelo ataque a um avião militar de vigilância da Rússia em um aeroporto perto de Minsk, capital bielorrussa. Na véspera, drones bombardearam a aeronave tipo Beriev A-50, em resposta ao apoio do governo à guerra russa na Ucrânia.
“Esses eram drones. Os participantes da operação são bielorrussos”, disse Aliaksandr Azarov, líder da Organização Antigoverno da Bielorrússia (BYPOL), em uma postagem no aplicativo de mensagens Telegram.
“[Os ativistas] agora estão seguros, fora do país”, completou.
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A reivindicação não pôde ser verificada de forma independente, e não houve confirmação oficial da Rússia ou de Belarus. A BYPOL, que inclui ex-policiais que apoiam políticos da oposição, é considerada pelo governo bielorrusso como uma organização terrorista.
Franak ViaCorka, consultor da líder da oposição de Belarus, Sviatlana Tsikhanouskaya, disse em uma postagem no Twitter que este foi o ato de sabotagem mais bem-sucedido desde o início de 2022.
GLORY TO BELARUSIAN PARTISANS!
Partisans from the "Pieramoha" (Victory) plan confirmed a successful special operation to blow up a rare Russian plane at the airfield in Machulishchy near Minsk. This is the most successful diversion since the beginning of 2022. pic.twitter.com/4Q6UmmvylT
— Franak Viačorka (@franakviacorka) February 26, 2023
As partes frontal e central da aeronave, bem como a antena de radar, foram danificadas como resultado de duas explosões na base aérea Machulishchy, perto de Minsk. O avião militar tem capacidade de rastrear até 60 alvos por vez.
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Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia há um ano, houve vários atos de sabotagem em Belarus e nas regiões russas na fronteira com a Ucrânia, especialmente no sistema ferroviário.
O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, não teve um papel direto na guerra, mas permitiu que as forças de Moscou tivessem acesso ao território de seu país como posto de lançamento da invasão há um ano. Além disso, Rússia e Belarus criaram uma unidade militar conjunta e fizeram numerosos exercícios de guerra. Vários aviões do exército russo também foram implantadas no país vizinho.
“Estou orgulhoso de todos os bielorrussos que continuam resistindo à ocupação híbrida russa da Bielorrússia e luta pela liberdade da Ucrânia”, escreveu Tsikhanouskaya no Twitter.
I am proud of all Belarusians who continue to resist the Russian hybrid occupation of Belarus & fight for the freedom of Ukraine. Your brave actions show the world that Belarus stands against imperial aggression. Glory to our heroes! https://t.co/cechjiHolb
— Sviatlana Tsikhanouskaya (@Tsihanouskaya) February 26, 2023
Vyasna, um grupo de direitos humanos de Belarus, disse nesta segunda-feira que uma mulher foi detida em Machulishchy, mas o motivo e seu paradeiro não foram revelados. Não se sabe se a prisão está relacionada à suposta sabotagem da aeronave.
Detenções são comuns em Belarus, por ofensas tão pequenas quanto comentários nas redes sociais, especialmente depois que Lukashenko reprimiu amplos protestos pela democracia em 2020, prendendo ou forçando ao exílio praticamente todos os representantes da oposição.