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Rebeldes dão ultimato ao regime sírio; ONU teme guerra civil

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31 Maio 2012, 10h38

Os insurgentes sírios deram um prazo até sexta-feira ao governo do presidente Bashar al-Assad para implementar o plano de paz do enviado Kofi Annan, que não conseguiu conter a violência no país, ameaçado por uma “catastrófica guerra civil”, de acordo com a ONU.

“Se o regime sírio não respeitar o limite de sexta-feira ao meio-dia (6h00 no horário de Brasília), o Exército Sírio Livre (ESL) anuncia que não terá nenhum compromisso com o plano Annan e que é nosso dever defender os civis”, afirma um comunicado do grupo de resistência armada.

Segundo membros do ESL na Síria, “depois do massacre bárbaro de mulheres e crianças em Houla (…) não há nada mais que justifique o respeito pelo cessar-fogo de maneira unilateral, já que Assad enterrou o plano Annan diante de todo o mundo”.

O exército rebelde, composto principalmente por dissidentes da Forças Armadas, faz referência ao assassinato do último dia 25 em Houla, no centro do país, de 108 pessoas, incluindo 49 crianças, de acordo com observadores das Nações Unidas.

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A oposição atribuiu o massacre às milícias pró-regime, enquanto a ONU informou ter “fortes suspeitas” da participação destas milícias. O governo nega qualquer envolvimento na tragédia e criou uma comissão especial de investigação sobre o ocorrido.

Os rebeldes exigem o fim imediato da violência, “a retirada das tropas das áreas residenciais, a entrada de ajuda humanitária e a libertação de prisioneiros”, pontos essenciais do plano Annan.

Além disso, pedem “a abertura de negociações intermediadas pela ONU para devolver o poder ao povo”.

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Neste cenário, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban, Ki-moon, advertiu sobre o risco de uma “catastrófica guerra civil” na Síria.

“Massacres como este que vimos no final de semana passado podem jogar a Síria em uma catastrófica guerra civil, uma guerra civil da qual o país nunca se recuperará”, disse Ban durante a Conferência da Aliança de Civilizações, que acontece em Istambul.

Ban exigiu que o governo sírio acate o plano de paz.

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“Peço ao governo da Síria que cumpra com o seu compromisso”, afirmou.

Os 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU, que se reuniram na quarta-feira, continuam divididos sobre a maneira de fazer Damasco respeitar a trégua.

Vários países ocidentais negociam a adoção de novas sanções, mas a Rússia já declarou que não mudará sua posição em relação ao tema, apesar das pressões.

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“A posição da Rússia é bem conhecida. É equilibrada e consistente. Por isso não acreditamos que seja apropriado falar em uma mudança de posição”, declarou Dmitri Peskov, porta-voz do presidente russo Vladimir Putin.

Na quarta-feira a Rússia considerou “prematura” qualquer decisão da ONU sobre a Síria após o massacre de Houla.

A secretária de Estado americano, Hillary Clinton, criticou, por sua vez, a resistência da Rússia em aceitar ações da ONU para pressionar o país e alertou que isso pode contribuir para uma guerra civil.

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“Os russos me disseram que não querem uma guerra civil (na Síria). Eu lhes disse que sua política contribuirá para esta guerra civil”, afirmou Clinton para estudantes em Copenhague, capital da Dinamarca.

“Temos que contar com os russos, porque estamos diante de terríveis perigos”, disse a secretaria de Estado.

Para a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, este “é o pior cenário, e é o que parece ser mais provável agora”, marcado por uma escalada da violência, “uma crise regional importante” e a morte do plano Annan.

Enquanto isso, as forças regulares do regime continuam a atacar Houla e Taldo, informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo o OSDH, os combates e as operações de repressão mataram 73 pessoas na quarta-feira, em sua maioria civis.

A televisão estatal síria informou nesta quinta-feira que o governo decidiu libertar 500 pessoas detidas. Estas pessoas “estavam envolvidas nos eventos na Síria, mas não têm sangue nas mãos”, afirmou a emissora.

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