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Rashida Tlaid deverá se tornar primeira deputada muçulmana dos EUA

Candidata não tem oponentes em seu distrito para as eleições de novembro, nas quais 182 mulheres concorrerão ao Congresso

Por Da Redação
8 ago 2018, 20h00
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  • Um total recorde de 182 concorrerão à Câmara dos Deputados nas eleições de novembro nos Estados Unidos, informou hoje (8) a rede de televisão CNN, com base em dados do Centro para Mulheres Americanas na Política (CAWP). As primárias republicanas e democratas em quatro Estados, na terça-feira, confirmaram duas candidatas a governos estaduais e outras 11 para a Câmara

    Nesse avanço das mulheres à cena política americana está a chance elevada de acesso da primeira muçulmana à Câmara dos Deputados. A democrata Rashida Tlaid venceu a primária democrata no 13º distrito de Michigan, que inclui partes de Detroit, e não terá nenhum republicano como concorrente, o que a torna a favorita na eleição.

    Ontem, houve eleições primárias dos partidos democrata e republicano nos Estados de Kansas, Michigan, Missouri e Washington. Laura Kelly foi eleita candidata ao governo de Kansas, e Gretchen Whitmer, ao governo de Michigan. Ambas são democratas.

    Em 2016, 167 mulheres concorreram por uma cadeira na Câmara dos Deputados. O recorde anterior de número de mulheres em disputas por governos estaduais foi batido em 1994, com dez concorrentes, segundo a CAWP. Atualmente, apenas 20% dos congressistas americanos são mulheres, e os homens devem continuar a ocupar a maior parte dos cargos eletivos.

    “Estamos rastreando, claro, se vamos bater o mais importante recorde deste ano: o número de mulheres em postos eletivos públicos”, afirmou a diretora do CAWP, Debbie Walsh, em um comunicado. Para ela, os resultados das primárias de terça-feira são “lembretes de que as mulheres devem estar dentro [da competição] para vencê-la”.

    Voz árabe
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    A vitória de Rashida Thaib na primária do 13º Distrito de Michigan antecipa sua provável eleição como deputada federal em novembro. Seu único concorrente seria o republicano John Conyers, obrigado a renuncia a seu mandato em dezembro passado por causa de alegações de abuso sexual.

    Ela tende a ser a candidata única no distrito. “A vencedora da primária vai vencer a eleição. Não há dúvidas”, declarou Andy Goddeeris, chefe de sua campanha.

    Nas primárias de terça-feira, Tlaib venceu pesos-pesados do establishment democrata em Detroit, a antiga capital da indústria automotiva e de fortes sindicatos de trabalhadores dos Estados Unidos. Sua principal concorrente foi a presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Brenda Jones.

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    Ela tem sido apoiada desde o ano passado pela ala mais à esquerda do partido. Entre os grupos a seu lado está o Justiça para os Democratas, o mesmo que apoia a candidatura de Alexandria Ocasio-Cortez para a vaga de Nova York na Câmara.

    “Rashida vê muito de si mesma em Alexandria Ocasio-Cortez”, afirmou Godderis à CNN. “Sentimos fazer parte de uma onda que vem vindo: progressistas sem remorso que não têm medo de tomar o establishment democrata.”

    Filha de imigrantes palestinos, Tlaib foi a primeira mulher muçulmana a ser eleita deputada estadual no Michigan. Em entrevista à CNN em julho, ela disse que sua atuação na política não se limita à ostentação de sua fé, mas de expor o Islã de uma forma crucial e impactante no serviço público.

    Há dois anos, segundo a CNN, Tlaib foi presa por interromper um discurso do presidente americano, Donald Trump, no centro de Detroit. Ela havia gritado “nossos filhos merecem mais” e dito para ele ler a Constituição.
    Segundo Zaki Barzinsji, o principal contato da Casa Branca com a comunidade muçulmana do país durante o governo de Barack Obama, Tlaib é um exemplo perfeito de como apressar e conquistar um caminho certo não apenas para muçulmanos e árabes. “Mas para todos que já tenham sentido que o sistema está muito fechado eles e que não há espaço para rostos como os deles.”
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    “Ela pode se tornar a primeira congressista muçulmana, mas ela abriu a porta para milhões de Rashidas. Como muçulmano e árabe, pai de uma garotinha de nove meses, nunca me senti tão esperançoso sobre o futuro de minha filha”, completou Barzinsji.
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