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Pré-candidata democrata quer ser primeira muçulmana no Congresso dos EUA

Tahirah Amatul-Wadud concorre pelo primeiro distrito do Estado de Massachusetts com veterano da política democrata

Por AFP
3 ago 2018, 19h26

Aos 44 anos, Tahirah Amatul-Wadud enfrenta o maior desafio de sua vida: pedir a eleitores majoritariamente brancos e católicos de seu Estado que a convertam na primeira muçulmana eleita ao Congresso dos Estados Unidos.

É uma visão incomum: uma mulher coberta com um véu rosa parada no canteiro central de uma avenida, saudando os automóveis que passam e pedindo a estranhos que votem em sua candidatura como deputada pelo primeiro distrito do Estado de Massachusetts.

“Como vai? Que bom te ver!”, diz uma alegre Amatul-Wadud a um pedestre. Um ou outro carro costuma buzinar, e há motoristas que baixam o vidro para cumprimentá-la. Muitos passam ao seu lado, porém, aparentemente alheios a seu objetivo.

Tahirah tem sete filhos, é advogada, ativista comunitária e muçulmana. Levanta-se antes do amanhecer, reza cinco vezes ao dia e jejua durante o Ramadã.

Segundo ela, tudo gira em torno da política, não da religião. Trata-se de representar e melhorar as vidas dos moradores do oeste de Massachusetts, uma área de maior desemprego em relação à média nacional, e onde muitos têm dois trabalhos para sobreviver.

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“Não falo sempre de religião, porque não estou buscando servir, ou liderar de uma perspectiva religiosa”, disse ela na sede de sua campanha, na periferia de Springfield. A pré-candidata garante que suas metas são seculares, mas é na fé “que encontro o centro da minha força”, afirma.

Incansável, armada com um sorriso acolhedor e com um cérebro de advogado, Amatul-Wadud faz parte de uma onda de mulheres e democratas progressistas que tentam ser eleitas este ano, com o objetivo de engrossar as fileiras de oposição ao presidente Donald Trump.

Ela é uma das cinco pré-candidatas que buscam se tornar a primeira mulher muçulmana no Congresso nas eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, em novembro, 12 anos. Keith Ellison, de Minnesota, foi o primeiro muçulmano na Câmara dos Representantes americana.

Se for bem-sucedida, também será a primeira mulher afro-americana de seu distrito no Congresso.

Concorrência

A tarefa não é fácil, porém. Seu concorrente na primária democrata de 4 de setembro é Richard Neal, no Congresso desde 1989. Até o momento, ela arrecadou 72.000 dólares em fundos, contra os 3 milhões de Neal.

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Quando Amatul-Wadud se mudou para Springfield aos nove anos, Neal já era prefeito da cidade. Agora, tenta tomar seu posto, defendendo causas progressistas, como saúde e educação para todos e um maior acesso à Internet de alta velocidade, ao mesmo tempo em que evita doações de interesses corporativos.

Sua equipe garante ter quase 300 voluntários em uma campanha comunitária, batendo de porta em porta para ouvir os problemas da população.

‘Hora de uma mudança’

Apesar do aumento da intolerância em nível nacional, Amatul-Wadud diz sofrer racismo e islamofobia “apenas” na Internet e pediu à filha adolescente que elimine comentários on-line “infames” que estão “assustando” as pessoas.

Ainda que sua motivação para se candidatar ao Congresso seja a insatisfação com o “status quo” em sua comunidade, ela admite que a eleição de Trump “mudou tudo”.

“Parte de sua política, parte de seu caráter é alarmante para as pessoas… Tenho amigos e vizinhos, clientes que me disseram que acordavam sentindo que tinham um elefante no peito”, comentou.

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Na sede da campanha, Amatul-Wadud se declara “muito” confiante de que vencerá sua batalha de Davi versus Golias contra Neal.

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