Rajoy expressa mal-estar com Argentina após expropriação

Para governante, decisão sobre YPF não tem justificativa nem razão econômica

Por Da Redação
17 abr 2012, 14h59

Rajoy discursou no Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina (Reuters/VEJA)

“O que ontem (segunda-feira) aconteceu com uma empresa espanhola alguém pode pensar que pode ocorrer amanhã com qualquer outro investimento. Isso cria um grave precedente”, advertiu Rajoy

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, expressou nesta terça-feira seu “profundo mal-estar” após a decisão argentina de expropriar a YPF, segundo ele, “sem justificativa alguma e sem razão econômica” que explique a medida. Rajoy afirmou que a Espanha defenderá com perseverança os “interesses legítimos” da Repsol.

Rajoy criticou com dureza a decisão do governo argentino em seu primeiro discurso no Fórum Econômico Mundial sobre a América Latina, realizado em Puerto Vallarta (México). O chefe do Executivo espanhol advertiu que o anúncio de desapropriação da maior parte das ações da Repsol na YPF “rompe o bom entendimento que sempre presidiu as relações bilaterais”.

Após assegurar que a medida afeta, e muito, a reputação internacional da Argentina, Rajoy afirmou que seu governo vai trabalhar com “intensidade e perseverança” para defender os interesses da Repsol e o modelo de relações econômicas e comerciais baseado no respeito mútuo entre os países.

Segundo ele, esse princípio é básico e elementar para o desenvolvimento, o progresso e o bem-estar dos cidadãos. “Esses são os valores que estão em jogo, e que ficam em xeque quando se tomam decisões que são muito difíceis de compreender”, destacou Rajoy.

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Críticas – Para o presidente do governo espanhol, o projeto legislativo do Executivo de Cristina Kirchner é “negativo para todos”: para a Repsol, “que se viu desapropriada sem justificativa alguma e sem razão econômica”, para a Espanha e também para a Argentina. Rajoy mostrou, além disso, sua preocupação pela possibilidade de a decisão argentina prejudicar o “esforço elogiável” feito pelos países latino-americanos para se mostrarem como um destino atrativo e seguro para investimentos e o comércio.

Embora, em sua opinião, esse esforço não possa ser denegrido por uma ação que considerou como “pontual”, ele alertou que pode haver investidores pouco íntimos da região que erroneamente interpretarão que há riscos no conjunto da América Latina. “O que ontem (segunda-feira) aconteceu com uma empresa espanhola alguém pode pensar que pode ocorrer amanhã com qualquer outro investimento. Isso cria um grave precedente”, advertiu.

Rajoy deixou claro que a América Latina é uma região de grandes oportunidades para as empresas europeias, e se mostrou convencido de que os países da região “se beneficiaram e podem se beneficiar” da presença de companhias que são líderes em seus setores.

(Com agência EFE)