Os insurgentes islamitas da Al Shabab ameaçaram, nesta quarta-feira, intensificar os ataques na Somália, um dia depois do atentado de Mogadíscio que deixou mais de 70 mortos, um desafio aberto à comunidade internacional que condenou a ação. “Prometemos que esses atentados contra o inimigo se tornarão uma rotina, serão mais numerosos e aumentarão a cada dia”, afirmou o porta-voz dos radicais, Ali Mohamud Rage, em uma entrevista à rádio dos shebab, Al-Andalus.
No início de agosto, os Al Shabab haviam se retirado de Mogadíscio, após uma ofensiva das tropas pró-governamentais apoiadas por uma força da União Africana (AMISOM). Contudo, na terça-feira, um terrorista avançou com um caminhão-bomba contra um complexo ministerial. O ataque deixou pelo menos 70 mortos e 120 feridos.
O atentado, o mais violento dos últimos anos na Somália, foi condenado pelos Estados Unidos e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que o chamou de “repugnante” e “incompreensível”. O primeiro-ministro somali, Abdiweli Mohamed Ali, afirmou que o atentado não deve provocar uma redução da ajuda ao povo somali. Para os Al Shabab, o atentado “representa um golpe nos mercenários que servem aos interesses dos infiéis, que pensam ter capturado Mogadíscio”.
Além disso, o porta-voz dos Al Shabab chamou de mentirosas as informações de que estudantes ficaram feridos no ataque suicida. Mas fontes do governo e da AMISOM informaram que muitas vítimas do atentado de terça-feira eram estudantes que aguardavam diante do Ministério da Educação Superior os resultados de um exame para obter uma bolsa de estudos na Turquia.
(Com agência France-Presse)