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Quem é Vera Putina, a mulher que alegava ser mãe de Vladimir Putin

Apesar de declarações e supostas fotos, não há quaisquer confirmações oficiais

Por Da Redação
19 jun 2023, 19h21

Em 1999, quando Vladimir Putin saiu das sombras do KGB, a principal organização de serviços secretos da União Soviética, para se tornar o presidente da Rússia, a russa Vera Putina, que morava em Metekhi, uma vila de fazendeiros na Geórgia, alegou ser sua mãe biológica. Vera, que morreu no dia 31 de maio aos 96 anos, afirmou em seu leito de morte que, apesar de ter abandonado Putin ainda na infância, nunca esqueceria a maneira que seu filho sempre andou: igual a um pato. 

Assim que identificou seu filho quando este estava assumindo o cargo de Chefe de Estado, Vera vasculhou as fotografias antigas e encontrou a de seu primogênito, ainda criança, usando uma roupa de inverno, equipado com um cachecol. Agora, as fotos são apenas cópias, já que assim que Vera fez sua alegação, agentes do KGB vieram até sua casa e tiraram as fotos originais de sua posse, afirmando que ela não deveria repetir as supostas alegações. 

Porém, as alegações de Vera, que nasceu em 1926 no distrito russo de Ochyorsk, nunca foram refutadas pelo Kremlin de forma conclusiva e até hoje os detalhes da infância de Putin são extraordinariamente difíceis de serem encontrados. Segundo ela, o presidente da Rússia, a quem ela sempre se referiu carinhosamente como “Vova”, foi fruto de um caso extraconjugal que ela teve com Platon Privalov, um mecânico, quando ainda estudava mecanização agrícola. 

Porém, após engravidar de Privalov, Vera descobriu que ele já era casado. Ao perceber que ele pretendia roubar o bebê porque sua esposa não conseguia engravidar, ela decidiu fugir para a vila georgiana de Metekhi. Segundo registros locais, Putin foi matriculado em uma escola local entre os anos de 1959 e 1960. Em 2008, a professora da escola primária Shura Gabinashvili disse ao jornal britânico The Daily Telegraph, que ele “adorava fábulas russas e russo era sua matéria favorita”. Além disso, Vova também gostava de pescar e lutar. 

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Putin morou com a mãe até os 9 anos. Na época, Vera era casada com o soldado georgiano Giorgi Osepashvilli, com quem teve outros filhos. Apesar do casamento durar, os dois brigavam constantemente. Em uma das discussões, Osepashivilli insistiu que ela abandonasse seu primogênito, afirmando que o “bastardo” deveria “ser expulso”. Vera então mandou Vova morar com seus pais na Rússia. Porém eles estavam doentes demais para cuidar dele, e assim Putin foi enviado para uma escola militar. 

No entanto, em sua “autobiografia”, escrita em primeira pessoa, Putin afirmou que nasceu em São Petersburgo e que foi o único filho sobrevivente de Maria, uma trabalhadora braçal, e Vladimir Putin, um operário de fábrica e ex-soldado que trabalhou no governo de Stalin durante a Segunda Guerra. Em seu livro, ele escreveu que ambos de seus pais morreram de câncer no final de 1990.

De acordo com Vera, Vova nasceu no dia 7 de outubro de 1950, dois anos antes da data oficial de nascimento de Putin. Entretanto, para explicar a discrepância de idade, Vera afirmou que, assim que seu filho chegou em Leningrado ele precisou repetir um ano porque seu russo não era bom o suficiente. 

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Ao investigar mais a fundo a infância de Putin, diversos jornalistas perceberam que não havia quase nenhuma informação até seus 10 anos. Além disso, para aumentar as suspeitas, nos anos 2000, dois jornalistas, um italiano e outro russo checheno, foram mortos sob circunstâncias misteriosas ao investigar a história.

O primeiro, o russo Artyom Borovik, um crítico ao Kremlin que trabalhava na época em um documentário sobre a infância de Putin, morreu em um acidente de avião no Aeroporto Internacional de Sheremetyevo em março de 2000. Já o segundo, o jornalista italiano Antonio Russo, foi assassinado no mesmo ano, enquanto cobria a Segunda Guerra da Chechênia.

Desde 1999, aos 73 anos, Vera falou abertamente sobre ser a mãe biológica de Putin, até suas filhas a proibirem de tocar novamente no assunto.

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Em 2008, quando Putin invadiu a Geórgia, Vera comentou que em certos momentos sentiu vergonha pelo seu filho. Porém, de um modo geral, ela se sentia mais envergonhada de tê-lo abandonado. Quando o KGB veio tirar as fotos de Putin das mãos de Vera, eles deixaram apenas uma, que mostrava o presidente com três anos vestindo uma túnica curta com cinto. Na foto, ele não foi instantaneamente identificado, como tinha sido nas outras, mas, segundo Vera, era aquele brilho nos olhos que mostrava que ele era implacavelmente o presidente da Rússia para ela. 

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