O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira, 5, que fragmentos de granada de mão foram encontrados nos corpos das vítimas da queda de um avião em agosto que deixou 10 mortos, entre eles o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.
A declaração, confirmada pelo chefe do comitê de investigação russo, sugere que o jato particular tenha sido explodido por dentro, o que contraria as afirmações de autoridades americanas. Segundo a inteligência dos Estados Unidos, um ataque de míssil tenha provocado a queda.
“Fragmentos de granadas de mão foram encontrados nos corpos dos mortos no acidente. Não houve impacto externo no avião – isso já é um fato estabelecido”, afirmou Putin durante uma reunião do Clube de Discussão Valdai no resort de Sochi, no Mar Negro.
O líder russo não deu mais detalhes de como as granadas foram detonadas. No entanto, insinuou que os investigadores dos Estados Unidos erraram ao não realizar testes de álcool e drogas nos corpos das vítimas, uma vez que já haviam encontrado cocaína no escritório da organização paramilitar em São Petersburgo.
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Em junho, meses antes da queda, Prigozhin liderou um motim contra o Kremlin, com duração de 24 horas. Apesar do fracasso, a revolta breve expôs uma fragilidade jamais vista desde que Putin assumiu o poder, em 1999. O episódio tornou o líder mercenário uma persona non grata para o presidente russo.
Exatos dois meses depois, no dia 23 de agosto, uma aeronave de Embraer com destino a São Petersburgo caiu no norte de Moscou, e matou todos que estavam a bordo. Além de Prigozhin, entre os passageiros estavam duas figuras importantes do Grupo Wagner, quatro guarda-costas e uma tripulação de três pessoas.