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‘Putin está usando minorias étnicas para lutar na Ucrânia’, diz ativista

Segundo a vice-presidente da Free Buryatia Foundation, os buriates tem sido usados como 'bucha de canhão' pelo Kremlin na guerra na Ucrânia

Por Da Redação
25 out 2022, 15h22

A organização não governamental Free Buryatia Foundation, focado na defesa dos buriates, grupo indígena da Rússia, disse nesta terça-feira, 25, que o presidente russo, Vladimir Putin, está usando minorias étnicas para lutar na guerra na Ucrânia

Em entrevista à rede Al Jazeera, a vice-presidente da fundação, Victoria Maladaeva, afirmou que as estatísticas do confronto apontam para um número desproporcional de mortes de minorias em comparação com outros grupos do país. 

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“Moscou tem uma população de 17 milhões de pessoas e apenas 50 mortes. Já a Buriácia, com menos de um milhão de moradores, tem 364. Fomos desproporcionalmente atingidos. As chances de um buriate morrer na guerra na Ucrânia é 7,8 vezes maior do que um russo étnico”, disse, completando que a maioria das mortes foram registradas no começo da guerra. 

De acordo com a ativista, a mobilização parcial anunciada por Putin em setembro também teve foco nas minorias e que pessoas foram retirados de suas camas ainda no dia do anúncio, sem distinção no recrutamento. 

Para ela, o motivo principal do Kremlin se aproveitar de minorias é a mentalidade imperialista do presidente, que se autodenomina um nacionalista russo e sempre fala sobre a grandeza da cultura e língua russas, negando a existência de mais de 20 milhões de pessoas de outras nacionalidades no país.

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“Ele é um imperialista. Ele propaga tudo o que é russo. Na Rússia, quando você não é russo, você é um cidadão de segunda classe”, afirmou Maladaeva. 

De acordo com a Free Buryatia Foundation, a Ucrânia também tem fortalecido a narrativa contra as populações minoritárias da Rússia, uma vez que a mídia e o Exército do país acusam soldados russos de minorias étnicas de cometer crimes de guerra em território ucraniano. 

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Em maio, a então chefe dos Direitos Humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, disse que os chechenos e os buriates eram os responsáveis pelas atrocidades cometidas em Bucha, cidade próxima de Kiev onde foi encontrada uma vala comum com mais de 400 corpos com sinais de assassinatos deliberados. 

Na época, a Free Buryatia Foundation divulgou uma investigação contestando a descoberta de que unidades buriates foram implantadas na cidade e foram responsáveis ​​pelos crimes. 

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“Todas as etnias da Rússia estão participando da guerra. Para os ucranianos, não importa quem são os ocupantes, mas eles ainda se concentram em nós. Salientamos que estes não eram da Buriácia. Eles eram de outra etnia e falavam uma língua completamente diferente. Para eles, todos os asiáticos são buriates”, disse Maladaeva.

A Free Buryatia Foundation foi criada em março deste ano, em resposta à invasão da Ucrânia, e tem como foco defender a população local. Uma das fundadoras, a jornalista Alexandra Garmazhapova, afirmou que o governo russo estava “usando buriates empobrecidos como bucha de canhão” e que “o futuro da região deveria ser determinado pelo seu povo em eleições livres”. 

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A situação econômica e social da Buriácia, que já era difícil, se agravou após o início da guerra e o anúncio da mobilização parcial. Segundo a fundação, cerca de 6,5 mil homens jovens foram recrutados pelo Kremlin, deixando o trabalho duro das aldeias nas mãos de crianças, mulheres e idosos. 

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