Pubs, restaurantes, cabeleireiros, cinemas e parques temáticos reabriram neste sábado, 4, no Reino Unido, após mais de três meses fechados por conta da pandemia de coronavírus. Para comemorar a retomada do funcionamentos dos bares, uma antiga instituição britânica, o príncipe William visitou um pub em Norfolk e aproveitou um copo de sidra.
O dia de hoje foi apelidado pela imprensa local como “Super Sábado”. Os britânicos, no entanto, terão de se adaptar a algumas novas regras. Os bares e restaurantes poderão operar tanto em ambientes abertos quanto fechados, de acordo com o que o governo chama de “segurança-Covid”. Os clientes não precisam utilizar máscaras, mas o contato com funcionários deverá ser limitado.
Os frequentadores estão proibidos de sentar-se lado a lado no balcão, ao estilo Trainspotting e terão de se render-se ao serviço de mesa – alguns argumentam que a essência do pub pode ser ferida. Pub é a abreviação de “public house”, designa um ambiente com um apelo comunitário.
Alguns bares começaram a atender a partir das 6h nesta sexta, gerando preocupações de excesso de leniência. Alguns cabeleireiros já abriram ao bater da meia-noite. Os mais de 50.000 pubs do país contam com a clientela assídua para ressurgir das cinzas. Nada menos que 8 em cada 10 adultos britânicos se consideram frequentadores constantes dos simpáticos bares.
Príncipe William, neto da rainha Elizabeth II, visitou o pub The Rose & Crown em Norfolk neste sábado. O integrante da Família Real conversou com os donos do bar e aproveitou para beber um copo de sidra em uma das mesas externas do estabelecimento.
Mas cerca de 31% dos bares, pubs e restaurantes ainda não abriram, de acordo com a Associação das Indústrias Noturnas. Até metade dos pubs da Inglaterra pode permanecer fechada neste fim de semana, segundo a emissora BBC, por medo da pandemia.
“É lindo voltar e tomar uma cerveja”, disse Jim Martin, um carpinteiro de 56 anos que desfruta de uma bebida no pub The Holland Tringham, no sul de Londres, parte da rede JD Wetherspoon. O pub abriu às 8h e por volta de 11h20 já estava com cerca de 75% da capacidade preenchida.
Outros reclamaram que o bloqueio, iniciado no final de março e gradualmente diminuído nas últimas semanas, durou muito tempo. “Já era hora de eles abrirem”, disse o aposentado Ron Lock.
Os chefes de polícia temiam que a reabertura de bares pudesse alimentar comportamentos bêbados e irresponsáveis, enquanto hospitais foram avisados para se prepararem para um fim de semana ao estilo véspera de Ano Novo. “Há um elemento de descompressão acontecendo, particularmente com pessoas mais jovens que tiveram pais muito responsáveis as prendendo nas últimas semanas”, disse Marc Jones, comissário de polícia e crime do condado de Lincolnshire, à rádio BBC.
A Grã-Bretanha foi o país europeu mais afetado pelo coronavírus, com mais de 300.000 infecções e um número oficial de mortes de 44.131. O governo do primeiro-ministro Boris Johnson enfrentou críticas da oposição pelo tratamento à pandemia –incluindo sobre um bloqueio mais tardio do que em outras partes da Europa– e agora está ansioso para que a abalada economia se mova novamente.