Província canadense cogita imposto para não vacinados contra Covid
Nos últimos 40 dias, desde que variante ômicron foi detectada no país, foram registrados mais casos do que em todo o ano de 2020
A província de Quebec, a segunda mais mais populosa do Canadá, planeja impor um imposto especial para pessoas que não se vacinarem contra a Covid-19, em meio às discussões globais sobre passaportes sanitários e direitos individuais.
A proposta, ainda em estágio de finalização, foi apresentada na terça-feira, 11, pelo primeiro-ministro da província, François Legault, e tem como base “a sobrecarga financeira que pessoas não vacinadas colocam sobre os outros”, devido aos custos sobre o sistema de saúde.
Segundo o premiê, a atitude antivacina tem “consequências” para o sistema de saúde e não é justo que o resto das pessoas tenha de pagar por essa recusa. O imposto, que não deve ficar abaixo de 100 dólares canadenses, o equivalente a cerca de 450 reais, não se aplicaria a quem não pode receber o imunizante por razões médicas.
Em Quebec, 2.742 pessoas foram hospitalizadas na terça-feira pelo coronavírus, 188 a mais do que na segunda-feira. Segundo autoridades provinciais, embora apenas 10% da população da província não estejam vacinados, estas pessoas representam 50% dos pacientes internados nos hospitais.
Desde o final de dezembro, Quebec tem ampliado as restrições sanitárias. Um toque de recolher noturno está em vigor das 22h às 5h. Escolas e universidades estão fechadas, assim como cinemas, bares, restaurantes e clubes esportivos.
A proposta da província vem poucos dias após o ministro da Saúde canadense, Jean-Yves Duclos, afirmar que as províncias precisam considerar a obrigatoriedade da vacinação contra o coronavírus.
Nas últimas semanas, o rápido aumento do número de casos ligados à variante ômicron causou a sobrecarga dos sistemas de saúde do país. Nos últimos 40 dias, desde que a cepa foi detectada no Canadá, o país teve mais casos confirmados do que em todo o ano de 2020.
A pressão sobre o sistema de saúde obrigou a província de Ontario, a mais populosa do Canadá, a permitir que 300 profissionais de saúde com certificações estrangeiras trabalhassem em hospitais nesta terça-feira.
Esse contingente se juntará aos outros 5.700 trabalhadores extras, incluindo estudantes de enfermagem, estudantes de medicina e outros estudantes da área da saúde que serão contratados nas próximas semanas para tentar aliviar a pressão.